É um sonho de criança ser assistido por Ariano Suassuna.
Esse concerto armorial de Sérgio Ferraz, professor do Conservatório Pernambucano de Música, abriu-me algumas luzes e saudades também. Sinto saudades da minha terra que, provavelmente, deixarei para trás em alguns meses. Esse concerto, enquanto elucidativo, fez-me indicar minha localização geográfica como compositor.
Apesar das palavras anteriores, não quero começar a ser tentado a escrever uma análise. Amo a noite com as análises que faço.
É melhor ficarem com o concerto pois a tela do computador é rasa demais para mim:
— "Professor, me desculpe. É que eu estou numa fase de transição. Está tudo muito difícil e minha vida está uma correria, como sempre. O Sandro saberia bem do que eu falo. Tudo vai normalizar. Em breve..."
...
— "Meu Deus! Mãe!, nunca imaginei que era tão bom ficar assim, só. Preparar o próprio almoço é ótimo. A noite ficou mais bela, ela se tornou minha. Não me senti tão só. Vai para a casa da praia próxima semana também? A senhora precisa relaxar."
Vou por leite no copo; penso nele. Enquanto isso, começo a imaginar uma situação na fila do Teatro. Como sempre, ele chegava por trás e me dá um susto com suas mãos tocando subitamente a minha espalda. Entre as conversas, nos embaraçamos ao percebermos que estamos a entrar em caminhos que revelam os segredos secretos sobre nós, escondidos com sutileza dentro de ambos. O olhar manso dele. O olhar absorto meu; rimos, então.
Ao sentir o leite na minha mão, volto para esse mundo onde escrevo isso agora. Tenho uma ideia, repentinamente. Uma grande descoberta estava por vir. Eu, inocente que sou, nem imaginava. O destino é cruel, e, apesar de sentir fortes dores de cabeça com o aroma de algumas rosas, eu sempre imaginei que o céu era feito de pétalas brancas.
Vejo uma gota de leite cair sobre a mesa da cozinha e a tomo com o dedo para pô-la em degustação na boca. Eis a descoberta:
— "Leite sem açúcar não é gostoso. Não gosto de leite sem açúcar."
Ela marcou a minha vida. Quase tanto quanto ele. Ele, por sua vez, provou que eu podia amar. O segundo movimento dela, mostrou-me que as angústias do primeiro movimento são superáveis.
Ela é a Sinfonia No. 8 em Si Menor do compositor germânico Franz Peter Schubert. Ele... Ele é só ele mesmo.
A primeira vez que a apreciei em direto foi ao dia 18 de Setembro no Teatro Santa Isabel com a minha amada Orquestra Sinfônica Jovem do CPM. Meu professor particular, chefe de naipe, estava a interpretar também. André Muniz, regente convidado do concerto, conduziu muito bem a orquestra na interpretação d'A Inacabada.
Ela, a Sinfonia, fez-me emocionar e molhar a face de lágrimas no primeiro movimento. Memórias e memórias. Sentimentos e palavras. A agudez dos momentos mais noturnos da vida.
Já no segundo, lembrei que podemos transformar as agudezas em canções de ninar. As lembranças também trouxeram para a consciência que existem raios solares para quebrar a escuridão da noite. E de novo chorei.
Eu não resisto e vocifero "bravo" no final. É claro que ele existe para cousas extremamente excepcionais, mas até a menos notável beleza torna-se excepcional para mim.
Vai, em sequência, a interpretação completa da Oitava Sinfonia de Schubert. Bom deleite!
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Estou atrasado no mundo virtual, eu sei. Estou atrasado em todo o mundo virtual. Os motivos são muitos.
Eu realmente lamento se dexei todo mundo por cá numa sala de espera torturante. Eu voltarei! Hei de voltar!
Com tanto tempo sem escrever por cá, pus-me a exercitar os músculos de minha mão esquerda nos meus vários papéis. Acabei por descobrir que sempre achei mais prazeroso escrever em máquinas datilográficas e que não vivo sem escrever nessas máquinas. O problema de escrever em máquinas datilográficas é que com elas passo mais tempo debruçado sobre mim mesmo, sobre minha existência, então canso-me rápido e o mundo transforma-se num tédio pedindo para ser sentido.
Não esqueci que preciso resenhar livros e analisar músicas por cá. Li "Para Não Esquecer" de Clarice Lispector, e esse é o quinto livro que leio dela esse ano. Como senti-me um cientista a compreender o genoma humano ao olhar meticuloso sobre as lentes de um microscópio, fiz decidir que só leria "Um Sopro de Vida" depois de "Para Não Esquecer" esse ano.
Enquanto o lia, marquei muitas crônicas que gostaria de postar aqui. Então, vai a primeira crônica marcada:
Futuro de Uma Delicadeza
— Mamãe vi um filhote de furacão, mas tão filhotinho ainda, tão pequeno ainda, que só fazia mesmo era rodar bem de leve umas três folhinhas na esquina...
Até mais!
sábado, 8 de setembro de 2012
Sala em frenesi e embaraçada de vozes discutindo sobre religiosidade na aula de história da música antiga. Curiosos acerca de seus parceiros acadêmicos, começam a perguntar sobre a religiosidade de cada um. Repentinamente, um aluno interrompe o interrogatório e faz a pergunta ao professor taciturno e observador:
— E o senhor, professor? Qual a sua religião? — pergunta o aluno curioso.
— A música... — Responde o professor à turma, que faz voltar, demonstrando um tanto de indiferença à curta e incisiva resposta do professor, a discutir novamente sobre religiosidade logo em seguida.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Absolutamente absurdo! Trinta alunos de escolas do Governo do Estado de Pernambuco foram selecionados para receberem benefícios à educação acadêmica. Há cinco minutos atrás, enquanto estudava meu violino, recebo a notícia que estou entre os alunos selecionados.
Estou pasmo e gélido nas mãos. Cada dia vejo dois caminhos distintos, um leva-me ao exterior e o outro à minha amada música. Será que conseguirei construir uma ponte para ligar ambos os caminhos. Mas a ponte apenas levar-me-ia para um dos caminhos. E se eu caminhasse não por um dos caminhos, mas pela floresta que os separa?
Eu, de fato, estou curioso acerca de qual a minha posição no ranking. Há ranking, afinal? Depois de fazer muitos amigos, sorrir como doido, ficar em primeiro na seleção da master class com Kristopher Tong e ser um dos trinta alunos selecionados pelo Governo do Estado de Pernambuco só posso concluir que algo deve estar muito errado em minha vida. Este "eu" de já só pode ser um sobressalente errado do "eu" do que já foi.
Desculpem-se se escrevi alguma cousa errada. É que isso ainda é um reflectere... e é que eu preciso voltar a estudar meu violino.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Quereria até escrever mais... — Quereria... Aliás, é o querer — Mas ainda estou com medo do que posso descobrir ao escrever aqui. Sequer vou contar as novidades, pois eu sei que hei de terminar escrevendo acerca do que não quero. Sobretudo, posso não escrever, mas ouvir. Ouço o pulsar e o hálito, ouço os corvos nas águas. É que ser-me dói a minha personalidade branca e transparente como o ar — o ar é branco? — e gélida como a água do mar.
Tenho medo dos devires e esse já era um dos devires. Eu escrevo sobre o que tenho medo e o conheço no inconsciente — é que ser-me dói —.
Acabei de pensar no que não pretendia escrever por medo de descobrir como é sentir a dor aguda de ser-me, como falara. É que as dores agudas precedem a sobrevivência. Eu sou a sobrevivência de meus seres e por isso vivo.
Terei uma master class com o violinista norte-americano Kristopher Tong na sexta-feira dessa semana. Sorte para mim!
Música do dia sugerida indiretamente pelo R. W.:
domingo, 2 de setembro de 2012
"Não a executes, é o que deves fazer.Não a escutes e a possuirás. Não ames e terás dentro de ti o amor. Não fumes o teu cigarro e terás um cigarro aceso dentro de ti. Não ouças a Quinta Sinfonia de Beethoven e ela nunca terminará para ti." Trecho da carta de Clarice Lispector para Hermengardo escrita em 30 de agosto de 1941.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Vamos a um pequeno resumo dos quatros primeiros dias da semana, já que costumo dormir quando escrevo cá no fim do dia.
Ela esteve sendo de descobertas (encontrei peixes dourados na superfície do mar com pétalas de rosas brancas), conquistas, conflitos internos (eles não estiveram sendo comuns recentemente) e mudança repentina de alguns planos.
Eu ainda continuo na superfície do mar existencial com pétalas de rosas brancas. Eu até arrisquei mergulhar, mas, apesar da confiança que sentia no ato de mergulhar e sair da superfície, eu engasguei de medo enquanto tentava ir mais fundo no mar. Então, eu volto para a superfície hesitando em fazê-lo novamente; depois eu decido que não mergulharei por mais uma vez nos próximos breves tempos, mas pude estar mais confiante para a próxima.
Eu tentei descobrir os motivos do medo. Procurei e procuro... Acho, enfim. Por achá-lo, eu posso dizer que ninguém deve se decepcionar com as queimaduras após tocar as águas-vivas do mar existencial.
Contar-vos-ei essa história realmente muito real:
Ocorreu uma ininteligível atração súbita quando vi as águas vivas passarem bem pertinho de mim. Estávamos em dimensões diferentes, mas eu podia percebê-las. Encantei-me e apaixonei-me por elas. E essa paixão misteriosa entre um mergulhador e água-vivas fez-me dedicar dia e noite para transcender à outra dimensão. A outra dimensão estava bem próximo de mim, bastava mergulhar. Entretanto, eu era o meu limite, eu era a minha pedra.
Mas houve um dia, como quando nos primeiros momentos em que uma criança percebe que aprendeu a andar de bicicleta sem rodinhas auxiliadoras, que fechei os olhos e passei, de modo corajoso, para a outra dimensão.
Eu só queria vê-las, apreciá-las e ouvir seus movimentos na água. Mas eu, sobretudo, desejava tocá-las e abraçá-las. Eu o faço, após vários dias de reflexão pessoal.
Oh!, como doeu quando descobri a dor de tocar objetos de outra dimensão. Senti prescindíveis nevralgias até descobrir que as águas-vivas eram constituídas de apenas energia escura. E é claro que um ser constituído basicamente de carbono e proveniente d'outra dimensão(ou universo paralelo) só poderia sentir feéricas nevralgias. Ao menos essas feéricas nevralgias me levariam para conclusões incríveis acerca das águas-vivas: elas são surdas. Mas também concluí que nunca deverei tocar novamente em um ser de outra dimensão, e assim ficou o trauma. Esse é motivo do medo em ir fundo no mar existencial com pétalas de rosas brancas.
Eu tenho sempre uma música para momentos em que lembro das águas-vivas e começo a pensar que não sou capaz. Aliás, acho que irei postá-la no fim do poste.
Haverá replay da apresentação da semana passada. Amanhã terei um jantar com pessoas que tornaram-se especiais para mim. Sim! O V. W, o Geraldo e o A. tornaram-se especial para mim.
Agora, por fim, poderão apreciar a música para os momentos em que eu lembro das águas-vivas. Eu escolhi o videoclipe por ele ilustrar bem o que eu falei, mas eu prefiro a versão acústica. Em sequência, Shake It Out com a linda Florence Welch:
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Uma belíssima música para matina. Ela é uma das minhas favoritas de um dos meus mais estimados compositores de todos os séculos, Franz Peter Schubert.
Antes de tudo, este poste é uma continuação do poste anterior. Isto ocorre pois eu limito meu horário de estar escrevendo cá. Se eu não cuidar, abandono o computador e passo o dia escrevendo com a mão. Também lamento a desorganização dos parágrafos. Eu realmente não escrevi daquela forma, mas houve algum tipo de erro no HTML, que é uma linguem desconhecida para mim.
Ontem eu falara de sonhos, primeiro beijo e acabei indo falar da Evana Ribeiro. Eu continuarei os assuntos que foram citados no título desse poste. Entretanto, agora vamos falar de hoje.
A apresentação fora portentosa. Ganhei dois "bravos" e alguns silvos. Ainda mais: não sei como descobriram, mas me deram um ramalhete de rosas brancas no final. Não postarei gravações, por ora. Eu tenho plano de postá-las na possível futura estreia de meu primeiro quarteto de cordas.
Foi tudo muito bom, como já dissera, mas estou aliviado por ter passado. O palco é sempre bom, principalmente quando se é um virtuoso. Como ainda não o sou, adoro acordar com o nascer do sol, passar o dia estudando e notar meu progresso antes de dormir.
Já em casa, chá quente e ar indiferente. Torna-se uma grande surpresa ver um Alexandro na minha caixa de entrada. Sim, ele lê o meu blogue. Com sua permissão e com suas próprias palavras, posso dizer aqui que ele sentiu-se "honrado por ser descrito com tanta sensibilidade". Concluí junto com ele que aquilo fora apenas um "momento emotivo e platônico causado pela desfragmentação simultânea de duas almas civilizadas". Ele concordou plenamente em tornar-se um personagem de meus contos, e talvez até de uma futura novela numa cidade que até já escrevi sobre: Quimerolândia. E agora, chegamos em Fim. Alexandro, obrigado por ter-me deixado lhe encontrar.
Eu terminei o poste de ontem falando do primeiro beijo e do blogue da Evana Ribeiro. Eu pensava em falar d'outro assunto quando terminei de transcrever "Promessa é Dívida".
A Evana Ribeiro fora minha professora de inglês por alguns meses e a partir de seu modo de ensinar pude aprender um pouco sobre mim e as pessoas. Quando soube que ela escrevia, prometi que leria seus livros. O tempo passou-se e nada, mas eu nunca tirei seus livros da minha lista de leitura.
Ao décimo segundo dia deste mês, pude ler em seu blogue acerca do booktour. Não hesitei em inscrever-me, mas eu ainda farei a inscrição.
...
Posso continuar a escrever, pois fiz a inscrição no BookTour da Evana Ribeiro.
Já que é o mês de aniversário da publicação de seu primeiro livro, o Saída de Emergência, e da estreia da série virtual O Fórum Joana Bezerra a Evana Ribeiro decidiu comemorar com muita leitura. Na verdade, presenteando seus leitores com muita leitura.
No BookTour, poderemos ler Saída de Emergência e Helênicas ou apenas um desses livros. Para se inscrever é necessário preencher um formulário do link que eu postarei brevemente e cada leitor há de ter apenas 25 dias para ler o livro que receber em casa.
Pelo o que eu já li de Evana Ribeiro, é provável que eu leia tudo em duas tardes. Para vós eu a recomendo muitíssimo.
Nos dez primeiros dias deste mês ocorreu o X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda e eu até falei brevemente acerca d'ele aqui.
Antes de postar fotos, vídeos e narrar as histórias do dia 10 em Olinda irei transcrever dois parágrafos duma publicação avulsa acerca do encontro, distribuída nos dias dos concertos lá no Convento, para aqueles que desejam saber do que trata o X Encontra de Música Antiga de Recife/Olinda. Podeis conferir:
" O ENCONTRO DE MÚSICA ANTIGA RECIFE/OLINDA começou em 1995, como uma iniciativa de professores do Conservatório Pernambucano de Música para criar um movimento de música antiga na região Nordeste. Recife e Olinda foram a escolha ideal para o encontro, pois historicamente foram centros maiores de música e arte no Brasil antes do Ciclo de Ouro.
Os quatro primeiros anos (1995 a 1998) foram de exploração e afirmação. Após um hiato de oito anos, o encontro foi retomado em 2007, no que é considerada sua fase de ampliação e relevância. Hoje podemos dizer que o ENCONTRO DE MÚSICA ANTIGA DE RECIFE/OLINDA é um importante festival entre os eventos do gênero no Brasil."
A música antiga no Brasil, ou em toda a América, ainda é estruturalmente rudimentar e eurocentrista — e não poderia ser diferente para um continente colonizado substancialmente por europeus. Há, claro, as variações de desenvolvimento e fica como exemplo os americanos nortistas. Mas eles também são americanos, certo? Porém, uma sólida cultura só poderá atingir um alto nível de desenvolvimento em ambientes sociais, políticos e econômicos que o favoreça. País desenvolvido é quase uma garantia total de música desenvolvida. No Brasil, não há tanto o apoio respeitavelmente estimado e muito menos exploração profunda da música antiga. Ainda há outro problema na música antiga no país: estamos presos à música do ocidente, apesar dos raríssimos registros da música indígena, que sequer podemos comparar com a música ocidental. A cultura de uma civilização precisa possuir uma membrana, assim como a tal civilização precisa também dessa membrana, que a separe e a faça distinguir-se sem fazer-se romper o elo que liga uma cultura com a outra. A membrana faz permanecer a cultura dessa civilização viva, permitindo tornar a sociedade um colossal organismo vivo que luta em um ambiente hostil. Talvez, em dois mil anos, quando a civilização americana tiver solidificado sua história no tempo do planeta, teremos uma música antiga forte e ela será a nossa contemporânea. Mas isso é uma visão extremamente otimista para uma espécie suicida. Apesar de todos esses gêneros de objeções para estabilizar a música antiga no Brasil, em especial Pernambuco, ela floresce lentamente — bom mesmo é quando todo esse jardim botânico se tornar petróleo em dois mil anos — e o X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda é um exemplo nordestino disso. Há duas décadas atrás não tínhamos grupos ativos de música antiga, vivemos em tempos musicais de certo modo primaveril. Isso é bom! Estamos em tempos rudimentares para a música antiga no Brasil e dizem que o ápice da época de reprodução dos dinossauros era na primavera. E a música, correntemente, vive em época primaveril. Então há reprodução. O público para a música antiga cresce. Fiquei feliz ao saber disso, ouvindo senhoras comentando que era o primeiro festival de música antiga que estavam presentes, enquanto eu esperava o Convento São Francisco abrir no último dia do concerto. Por fim, antes de contar como foi a minha apreciação, congratulo todos que fizeram e integraram o encontro. A semana em que ocorreu o encontro de música antiga fora assaz agitada. Eu absolutamente não tinha espaço na agenda naquela semana. Mas apertei tudo no metrô e consegui ir para o X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda. Inicialmente eu iria sozinho. Andaria pelo sítio histórico de Olinda e deixaria o vento bagunçar o meu cabelo, mas no fundo eu sabia que ficaria triste por não ter ninguém para ser guiado por mim no sítio histórico de Olinda. Sem dúvida, eu tomaria o ato decadente de apresentar tudo que eu já conheço de cor do sítio histórico para mim mesmo. Como eu já escrevera aqui, na mesma época houve muitos outros concertos quando igualmente eu estava conquistando uma nova vida social em razão da superação da timidez. No meio das conquistas sociais, conheci o Geraldo. Ele adora ir para concertos, então ele tornou-se meu companheiro de concerto. Eu o convidei quando soube que ele apreciava música antiga. Marcamos horário e local, enquanto eu planejava uma andança por Oh!Linda vespertinal. Um dia antes, na quinta-feira, faço averiguar se tudo o que eu planejei estava em ordem. Depois tomo uma atitude que deixar-me-ia decepcionado em Olinda: vou ler notícias astronômicas no http://www.apolo11.com/e tive a ideia de querer ver o pôr-do-sol em Olinda, que, se não em engana a memória, seria às 17h16min. Para que não ocorressem os tais inesperados eventos, eu liguei para o Geraldo contando o meu plano. Então marcamos um horário mais apropriado para fazermos todas as nossas atividades por lá. O dia estava belíssimo até eu chegar em Recife às 15h. Nesse momento, o céu encheu-se em trevas para molhar a terra e minha esperança hidrofóbica de ver o pôr-do-sol do Alto da Sé. Resignamos com a natureza, fomos para Olinda e foi quase isso o que perdemos, ao menos naquele dia:
É verdade, eu já vi esse pôr-do-sol várias vezes no mesmo local. Mas no dia dez, pela primeira vez, eu estaria acompanhado no momento do pôr-do-sol e eu simplesmente não resisto à beleza. Aquele não foi o dia. Haverá outro? Sim, quiçá. Continuamos a andança. Fomos em algumas lojas de artesanato, mostrei para o Geraldo muitas igrejas, subimos e descemos 18 ladeiras — sim, eu contei —, com algumas subidas e descidas repetidas, dei aula de história da arte e arquitetura, e acabei interpretando algumas obras de artes quando fomos para alguns ateliês. A noite logo chega e estava na hora da aula de astronomia. Fomos para o Observatório Astronômico do Alto da Sé e falamos sobre vida em Marte, o Curiosity, Nebulosas, o futuro do Sistema Solar, estrelas que ameaçam a vida na terra, vida alienígena e sobre o futuro da humanidade — nesse ponto começamos a caminhar em territórios filosóficos —, então paramos por aqui. Apreciamos, ao sair do Observatório, o vento noturno de agosto. Depois fomos ao Encontro. No dia 10 de agosto era o concerto de encerramento de alunos e professores. Não era bem o que eu queria. Eu na verdade desejei todo o dia 02 e 07 de agosto ver o Sonoro Ofício e o Conjunto Músicos de Capella. Mais uma vez eu faço resignar com a situação, afinal foi só na sexta feira em que pude apertar a minha agenda no metrô. Ao menos eu vi o Xavier Julien-Laferrière, que já integrou La Petite Bande sob a direção do grande mestre e já falecido Gustav Leonhardt. De fato, só tive memória de que ele era um dos violinistas da foto do encarte de um dos CDs da minha discografia de La Petite Bande no momento do baile renascentista, quando ficamos bastante próximos. Eu, que fiz balé aos sete anos de idade, danço novamente. A minha acompanhante foi bastante simpática dizendo que eu dançava muito bem. Na realidade, eu pisei algumas vezes nos pés dela. Agora, só agora, fico atemorizado em pensar que talvez minha estrutura seja de concreto. Céus! Talvez eu esteja tão dentro dessa realidade que nem a percebera antes. Como se o cosmo fosse esférico e eu por ser pequenino demais não posso perceber a esfericidade do cosmos. Não, não sou de concreto. Não! Sou de átomos, portanto o sou e não sou. Parando por aqui, vamos ver alguns dados visuais do baile e do Encontro:
Baile Renascentista após o Encontro. Foto oriunda do perfil da Cecilia Cabral no Facebook .
Baile Renascentista após o Encontro. Foto oriunda do perfil da Cecilia Cabral no Facebook .
Foto após o Encontro e o baile com a maioria do pessoal que integrou o encontro. Foto oriunda do perfil da Cecilia Cabral no Facebook.
Plateia durante o encontro. Foto oriunda do perfil da Cecilia Cabral no Facebook.
Músicos interpretando El Fuego do compositor renascentista espanhol Mateo Flecha. Foto oriunda do perfil da Cecilia Cabral no Facebook .
Músicos interpretando o Stabat Mater do compositor barroco italiano Antonio Caldara. Foto oriunda do perfil da Cecilia Cabral no Facebook.
Eu estou muito aliviado por essa semana estar a se findar hoje mesmo. Ela fora impregnada de tensão, ansiedade e interrogações.
Para o fim de semana, eu realmente não pretendia sair de casa. O motivo está em meus estudos e aventuras literárias: desejo dar uma revisada geral no inglês em que estive aprendendo durante 1 ano e seis meses, estudar muito meu violino, ler livros e escrever. Mas, como eu escrevera, agora só posso dizer "pretendia".
Há uma pianista nova na minha agenda pessoal de contatos. O outro fato para a mudança de "pretendo" até "pretendia" é que eu possuo muitos agradecimentos a expressar para ela. Nada melhor que um jantar, estou certo? Quase certo. Um jantar é a melhor atividade para esse gênero de situação. Eu vou ao tal jantar, ela merece muito e a minha mãe insiste.
Ganhei dois novos professores de violino numa única semana. Antes eu possuía dois professores, mas agora o número de educadores duplicou. Isso é bom! O primeiro é do gênero feminino e está a graduar-se na UFPE — na verdade, formar-se-ia este ano se a Universidade não estivesse em greve. Quanto ao segundo, é do gênero masculino, o vi em algum concerto mas não pessoalmente e fui super indicado para ele pelo meu primeiro professor particular. Parece que essa indicação valerá por um desconto no preço das aulas: :]
A única parte difícil de estudar com quatro professores distintos é a diferença marcante no modo de ensinar e os hábitos técnicos que cada um possui e tenta passar para o aluno. Por exemplo, segundo meu primeiro professor particular de violino, o meu mais novo professor toca com as pontas (quase com a unha) dos dedos de tanto estudar cordas duplas, mas eu fui instruído para tocar com os dedos levemente deitados sobre a corda. Atualmente, estou estudando cordas duplas, então estou a adaptar-me ao novo modo. Mas eu não tocarei quase sempre desse modo como o meu mais novo professor. O problema maior é quando o método pedagógico de algum professor é inflexível com outro método, por exemplo, alguns diriam que um hábito diferente que não prejudica o desenvolvimento técnico está absolutamente errado. É como afirmar que música atonal é horrível e imprestável ou dizer que a maior parte da arte contemporânea é desprovida de beleza estética. Nenhuma das afirmações estão certas ou erradas, portanto são cousas relativas cuja percepção delas depende do olhar do observador.
Faltam 30 dias para o meu aniversário de 16 anos. Presentes? Eu aceito que são poucos, mas especiais. Pequenino, pode ser uma margarida. Mas é necessário ser uma margarida escolhida ou cultivada com carinho.
Um abraço e carinhos durante todo o dia fazem bastar. Mas eu adoro livros, e recentemente estive presenteando-me. O que muito diferente de antes, quando eu achava que não merecia presentes. Hoje eu até pergunto se alguém há de me dar presente de aniversário, mas antes eu não sentia importância de ser presenteado.
O meu primeiro presente de aniversário fora comprado hoje por mim mesmo: "O Banquete" de Platão e "Os Sofrimentos do Jovem Werther" de Goethe. Eu possuía o segundo livro numa edição diferente da postada no link, mas ele está com outro pessoa e fora do país.
Mas o melhor presente que me dei hoje foi estar apreciando crianças animadas, felizes e saltitantes conhecendo pontos turísticos do Recife. Esses presentes do acaso são sempre os melhores.
Vou terminar de escrever o poste do dia 23 de agosto.
Ao vigésimo dia deste mês eu escrevi um poste, mas a natureza não permitiu terminá-lo. Salvei-o como rascunho, então eis o início do que seria um poste:
"É pelo motivo de ainda preservar os ideais deste blogue que escrevo este poste.
Hoje, o professor ajudou-me a realmente fazer o discurso a partir de " A Pedra Verde na Música de Luiz Gonzaga e o Mundo". Ele fora muito importante para por ordem em minha criatividade anarquista. Está tudo indo muito bem, e não é naturalmente.
Como Clarice Lispector ao escrever para o Jornal Brasil ..."
Eu não faço memória mesmo para continuar a expressar aqui o que eu falaria de Clarice Lispector. Tudo indica que eu explicaria as origens do novo título do blogue e os motivos que levaram-me a criar o Reflectere. Logo, eu falaria d'uma petiz de Cabo Verde — disso eu lembro mesmo.
Após alguns descobrimentos que mudaram meu humano, faço outra descoberta. Ela é exatamente essa: De Passagem. Não é uma grande descoberta, mas é como descobrir uma pequena cratera na penumbra do pólo sul da lua. O blogue não foi de todo excepcional, o que realmente o foi esteve na descoberta de um vídeo postado pelo autor do blogue, o(a) Marte. Esse é o vídeo:
Molho a cútis de água salgada facilmente. Porém, eu não a molhei dessa vez. Foi bizarro — e "foi bizarro" é pouco para mim, mas por vezes é necessário tomar um ar na superfície do mar. E é o que eu faço agora. O problema é o medo de mergulhar fundo depois. Mas isso superamos. Juntos superaremos. —, foi muito bizarro! A minha mãe viu o vídeo comigo e molhou a cútis. Foi nesse momento que não senti-me humano, enquanto sentia silenciosamente as dores da garota.
"Qual é a paisagem sob o céu rosa escondido dentro daquele tímido e sorumbático olhar?" — indaguei-me absorto.
Eu ainda não descobri. Mas a minha mãe, que tem sempre magnas ideias, acabou por ter uma após um momento de distração com os papéis sobre a mesa do computador.
...
Desculpem-me... É que escrever apreciando música tornou-se um hábito úmido e gosmento, isto é, necessário para a vida de escrever. Fiquei com vontade de apreciar música antiga, especialmente a grega. Então eu decidi que esse disco da Ensemble Melpomen seria o ideal. Voltando à garota...
Minha mãe pensou em encomendar um magnífico bolo rosa e solicitar uma entrega para a tal garota sonhadora.
Continuei em silêncio e ele dizia: " Mãe, como eu tenho orgulho de ti!"
De fato, antes de dormir arrependi-me por não ter expressado em som o que meu silêncio queria dizer. Como pude?
Naquele mesmo dia, antes de sair de casa, disse-me ela que sentia muito orgulho de mim.
Eu não pensei em expressar o orgulho que sentia por ela, não mesmo, e não entendo o motivo. Não obstante disso, fiz expressar assentimento com a ideia e prometi pesquisar acerca d'ela e encontrar meios para a realização do sonho da "Garota Sonhadora". É meu dever.
Quando em criança, eu sempre quis ajudar a humanidade de algum modo. E tinha o sonho de falar mais línguas do que o João Paulo II. Hoje, sei eu que poderei chegar aos 30 anos falando no mínimo 8 línguas. Ainda guardo muitos sonhos de infância, um deles é ter uma enorme biblioteca e convidar pessoas que gostam de ler mas não possuem dinheiro para comprar tantos livros. Mas há um maior, um sonho tão grande que não cabe na cabeça de todos os animais pensantes do planeta: levar a música erudita sinfônica para as crianças dos pontos remotos desse grande pedaço de rocha. E, por fim, sonhei algo novo recentemente: passar os meu últimos dias de vida numa tribo indígena e morrer ser humano, após a minha longa jornada existencial num deserto que eu chamo de "Vida".
Sou um assíduo observador, sinto as pessoas e noto suas idiossincrasias que fazem-me, de algum modo, descobrir o mundo. Entretanto, sou tão tímido quanto o personagem de Clayton Froning no curta Park Bench que o Cesinha postou em seu blogue no começo do mês e isso faz retardar qualquer gênero de evidente reação minha para as atitudes das pessoas.Essa tal introspecção faz-me, em tempos de tomar ar na superfície do mar com pétalas de rosas brancas, ter medo de ir fundo onde a correnteza deseja levar-me.
E parece que tudo hoje está levando-me para um assunto perseguidor de mentes leves no ar sobre o mar com pétalas de rosas brancas: o primeiro beijo.
Eu nem queria falar acerca d'ele... Na matina, ao ler o blogue da Evana Ribeiro deparei-me com um poste sobre o primeiro beijo. Mais tarde, no intervalo da escola de meus estudos acadêmicos regulares a vice-representante de turma perguntou-me se o meu primeiro beijo já ocorreu. Eu disse que não, sem ruborizações. Ela fitou-me como para candidatar-se, então eu prontamente respondi que eu não poderia beijar a minha vice-representante de sala. Foi o fim para ela. Quando, enfim, durante a noite, o tema "primeiro beijo" persegue-me na aula de inglês. Então: "É verdade que eu nunca parei para pensar acerca de como ele será? "
É verdade, eu nunca beijei ninguém. Nunca senti os lábios de algum outro ser humano — se tartarugas possuem lábios, então eu já beijei a Nicole quando em criança —, apesar de já tê-los descrito de modo parcial em Bolhas de Papel. E Ainda descrevo um pouco o amor em Non Ti Scordar Di Me. O fato é que, ao ver o manuscrito em um dos meus fichários, posso dizer que eu os escrevi aos 13 anos de idade. Não pode ser, aos treze anos escrevi acerca d'algo que agora sinto-me embaraçado ao escrever novamente.
Após a aula de inglês, eu tomei uma atitude que mudaria o meu pensar acerca do meu primeiro beijo.
Eu cumprimentei a Evana Ribeiro; bebi uns seis copos de água e prometi para ela que faria um poste acerca de seu booktour. Ela ficou surpresa em saber que eu tinha um blogue.Na verdade, eu já tive um outro blogue. Ele era acerca de Astronomia. Em casa, eu volto ao blogue dela pra — aqui eu sou influenciado pelo modo suave de escrever que a Evana Ribeiro tem — pegar as informações ao meu poste; a página sobre e desce; não resisto e leio novamente o poste acerca do primeiro beijo.
Eu não sei quando ele será. Mas há de ser especial, e também há de ocorrer naturalmente. Além de tudo isso, o que eu mais desejo é que ele faça durar para sempre como o beijo que a Evana Ribeiro descreveu.
Em sequência, transcrevo o poste Promessa é dívida da Evana, que é uma escritora excelente e incomum em meio ao estilo dos escritores "perrnambucanos":
"Ainda mais quando você se promete a alguém. Hoje, mexendo em uns livros e vídeos antigos, parei para lembrar daquele dia que ficou registrado na fita número 3 da Nadia.
Havíamos completado 8 anos há pouco mais de uma semana e estávamos, minha irmã e eu, brincando com nossos presentes no playground do prédio onde vivíamos com mamãe e nosso padrasto. Nadia tinha ganhado uma câmera de vídeo. Eu, um par de patins. E a gente ficava lá a tarde inteira depois da escola inventando história para fazer filmes, novelinhas, essas coisas... Para assistir a tudo mais tarde.
Nosso filme daquele dia era inspirado na novela das 8: a mocinha havia sido prometida contra a vontade dela a um garoto filho de família amiga; mas o coração dela queria pertencer a outro rapaz etc. Aquela novela que todo mundo já viu. A mocinha era eu. O meu "noivo arranjado" era o primo Nikolai, que tinha vindo passar um mês com a gente. Nossas mães eram Nadia e Natalia, a irmã mais velha do Niko, que já era uma aborrecente mas ficava com a gente porque alguém tinha que ficar de olho.
E Daniel era o mocinho que vinha roubar meu coração que, no filminho, estava amarrado a uma promessa. Ele não estava na brincadeira, só para constar. Daniel era então namorado da nossa irmã postiça, Isabel; e eu suspirava por ele toda vez que ele ia lá no prédio para ver Isabel.
Eu mal tinha completado 8 anos; ele tinha completado 23 uns dias antes do meu aniversário.
Quando Dan saiu do elevador e cruzou o play, a gente estava fazendo uma cena em que a minha mocinha se lamentava pelo destino de casar sem amor. Nessa hora ele passou e quase estragou a brincadeira dizendo "oi, turminha". Mas eu, sabe-se lá como, qual foi o impulso, levantei do banquinho e fui até ele.
- Daniel, posso te dizer um negócio?
- Fala, Tininha.
- Quando eu crescer, a gente vai se casar.
Obviamente, ele riu. Eu era só uma menina de 8 anos que ele via patinar no playground dia sim, dia não; eu era só a irmãzinha bebê da namorada dele. Uma namorada com quem ele vivia brigando, e rompendo, e reatando... Ele riu, passou a mão nos meus cabelos e foi embora num fusca verde-garrafa. Para ele, tinha sido uma coisa de pirralha que seria esquecida assim que eu cruzasse o portão da escola no dia seguinte e visse o garoto mais bonito da sala. Para Nana, era uma cena muito bem filmada. Para mim, era a promessa mais séria já feita.
O tempo passou, aquela fita acabou e foi para a estante, outras vieram para nossa enorme coleção, crescemos e completamos 15 anos. Ele completava 30 uma semana antes e, no dia do baile de debutante, foi meu príncipe - pedido meu, e ele, que há uns seis anos já não é mais meu cunhado postiço, aceitou prontamente.
Meia-noite e meia, saímos do salão.
- Você tá muito linda. A fila de pretendentes deve estar bem grande, né?
- Bem, depende do referencial. - eu ri.
- Lembra que um dia você disse que a gente ia se casar? Eu ia acabar quebrando a cara com esse monte de moleque correndo atrás de você...
- Mas eu lembro! Tô espantada é de você lembrar.
Nisso eu olhei para o chão, meio envergonhada como toda adolescente fica quando a lembram das besteiradas da infância. Devo ter ficado vermelha também, mas isso a maquiagem abafou.
- Te vendo agora, lembrei.
Dan tocou meu queixo, me fez olhar pra ele e sorriu. Parecia dizer com o olhar que estava disposto a cobrar a promessa. Foi assim o meu primeiro beijo.
Uma história para contar para os filhos, não? Foi o que disse a ele na noite do casamento, seis anos depois do primeiro beijo. Para minha irmã, disse que aquele filme da fita número 3 tinha sido o melhor já feito, porque não tinha acabado junto com a fita."22/08/2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Ontem foi um dia especial. Hoje está sendo um dia especial. Amanhã será um dia especial. A semana está especial. E a percussão sinfônica de meu coração indica que há mais pessoas especiais na minha vida. O mundo está especial... e estranho. É! Não usarei pormenores, perdoem-me. Há dois postes no rascunho, mas transgrido a ordem pois esse é um especial poste.
Ontem foi aniversário d'alguém muito especial para mim. Apesar de eu passar o dia todo sem tempo e sem ter possibilidades para fugir só um pouquinho de meus compromissos, eu pensei o dia todo nela — não permitem sair do Teatro no meio da aula —. Aliás, é sempre bom pensar na querida Clair. Faz bailar com as estrelas quem pensar nela.
Minha querida, és a superfície intocável das pétalas de rosas brancas. Desejo para você tudo por mais o que eu já tanto lhe desejei. Mas hoje, a iluminação é especial e por isso a desejo para ti.
Eu ainda estou com o desejo de ouvir a voz dela agradecendo-me as congratulações. Mas estudar música não é fácil, de modo que só pude ficar com a voz dela no sonho — a voz e as mãos são muito importantes para mim —. Por ora, ao menos.
O meu presente chegará atrasado, mas há de chegar. Enquanto isso, podes apreciar a nossa música. Lembras da nossa música?
Podeis apreciar muito bem a música. Para vós ela também é. Sim, ela é especialmente para vós também. Pois esse blogue tornou-se especial.
Falta um dia e amanhã é "O Dia". Só fiquei um tanto triste pois o pianista achou o meu arranjo para piano e violino de Pagode Russo em Sol Menor difícil demais para ser executado. Tudo bem, pois eu sempre tenho repertório de salvamento.