sexta-feira, 9 de novembro de 2012

     Estou sentindo algo que poucas vezes senti. Eu sinto preguiça. Como ela é antiga e nobre. Ela é a alma da minha vida de petróleo, tão antigo quanto as Preguiças Gigantes do Paleogênico.

Foto d'uma Preguiça tirada na matina do domingo passado.

     A preguiça é um lépton na hiperatividade quântica do mundo. A preguiça é a magia do mundo e o mistério para aqueles que nunca tiveram a possibilidade de não ter ou de não desejar sequer morar numa outra cidade.
     Apesar da preguiça para todo o planeta, eu vou estudar música. O planeta poderia sofrer — uma moça da UPE veio me "visitar" agora. Na verdade, a minha residência fora selecionada para uma pesquisa acerca d'algo que até agora eu não sei — o planeta poderia sofrer uma inversão geomagnética e tudo poderia estar absolutamente confuso, mas pensaria apenas em minha música.

     Eu falei que estava compondo um quarteto de cordas. Minhas criações passam muito tempo em minha mente, depois eu as ponho no papel. Fico em dúvida acerca de publicar a gravação da minha composição aqui junto com o manuscrito — meu pensamento: "todos saberão meu  nome... e se sua composição for boa e plagiarem?... sempre não importará... eu acho bonito aquela parte do Lá e Si bemol... eu posso pôr num linque para download... é, eu tenho que parar de esconder minhas criações... todos da sala gostaram... o professor chorou com o tema dos 12 primeiros compassos... e eu adoro músicas em Sol Menor... tenho é que deixar de ser chato e publicar quando a gravação tiver pronta... —.

     Eu não acredito mesmo que irei tocar com a pessoa que eu tanto amo. Será um dueto com acompanhamento de um pianista numa peça de teatro. Eu fiquei de fazer os arranjos. A música é do alemão Franz Grüber. Será a apresentação mais linda do mundo.

     Preciso finalizar a minha quinta leitura de "Um Sopro de Vida", de "Introdução à Psicologia", minha segunda leitura de "Bilhões e Bilhões", minha leitura preguiçosa de "125 contos de Guy de Maupassant" e começar a ler "Buracos Negros, Universos-bebês e Outros Ensaios" de Stephen Hawking.
     Preciso fazer meu trabalho acadêmico de química, preciso concluir minhas responsabilidades com o trabalho acadêmico de inglês dos 52 educandos da minha turma, preciso não desafinar em escalas de três oitavas, preciso escrever acerca do arcadismo de modo bucólico, preciso parar de escrever "preciso", preciso parar de expressar minha ansiedade em meus dedos batendo as teclas do computador como um pianista a martelar no piano com as composições da russa Galina Ustvolskaya, preciso de meu violino agora...

     Acho que vou assistir "Trois couleurs: Bleu" de Kieslowski. Alguém já assistiu? Recomendam?
     Segua um trailer, logo abaixo, do filme citado no lugar de uma música, que geralmente é instrumental: