domingo, 29 de julho de 2012

     Como prometera eu, postarei as resenhas dos livros de minhas jornadas literárias para compartilhar um pouco conhecimento convosco. Mas antes, gostaria de compartilhar o programa do último concerto da temporada das Sinfonias de Tchaikovsky da Orquestra Sinfônica do Recife — a mais antiga Orquestra Sinfônica ainda em atividade do Brasil.
Cá está ele:
     A última apresentação, onde pudemos apreciar um concerto para violino de Bartók e a Quinta Sinfonia de Tchaikovsky,   deixou-me extasiado, arrancou-me lágrimas e meu professor estava ao meu lado; depois fiquei vertiginoso como os ventos desejavam meu cabelo, levantando-os aos ares do Recife marítimo.  
     Ficamos no primeiro piso, e no segundo piso havia uma moça que gravou o último movimento da tal sinfonia. O vídeo só está disponível para quem possuir o link, e como não sou experiente na chamada "blogosfera", apenas postá-lo-ei aqui: http://www.youtube.com/watch?v=l09irTGIGAA. Deleitem-se!

Charmed Life (Vida Encantada), na edição inglesa.
     O livro resenhado de hoje é um infanto-juvenil escrito por Diana W. Jones e lançado em 1977, Vida Encantada. Mas antes que faças torcer o nariz, a Diana W. Jones muito influenciou a J.K. Rowling em sua famosa série Harry Potter, que ocupou muito o tempo de minhas imaginações de petiz. Além disso, uma mente bem preparada poderá notar questões mais sóbrias ao ler o livro. Eu o escolhi por um motivo transitório como este blogue, eu passei uma tarde nublada muita deliciosa lendo-o. É sempre bom ler livros apenas por diversão, eu recomendo.
     Como falara, as resenhas não foram escritas com a pretensão de serem publicadas — e todas elas continuarão sendo escritas do mesmo modo ou como se não houvesse essa pretensão de não publicá-las. Então, sem mais delongas, leiam a resenha:

     "Após exatamente um ano e um dia do óbito de D. Wynne Jones, que lutou até seus últimos momentos contra o câncer, estou a resenhar um de seus livros. Será  lamentoso não presenciar a celebração de sua vida e trabalho no St. George's Brandon Hill em Bristol, U.K., ao vigésimo segundo dia do quarto mês do calendário gregoriano.
     Não são poucas as razões motivadoras de meu lamento por esta escritora britânica do gênero fantasia para crianças e adultos.
     A narrativa sobre a vida dos crestomancis (magos possuintes de nove vidas que governam mundos diversos e distintos) em universos paralelos, onde as várias possibilidades físicas das ocorrências na realidade são concretizadas nos universos múltiplos, não ridiculariza a inteligência da criança lendo a história.
     Vida Encantada é o primeiro livro duma série de sete livros escritos por D. W. Jones, onde Eric (ou gato, como é conhecido) e sua irmã Gwendolen vivem em um mundo paralelo ao nosso em que a magia o subjuga mais que a própria matemática. Órfãos, são amparados por Christofer Chant, o grande mago com nove vidas, e passam a ter residência em seu castelo. Gwendolen é uma garota prodígio em magia, mas porque canaliza-a de seu irmão, que sendo tímido e gentil vive às sombras  de sua irmã Gwendolen e tem profunda certeza que nunca poderia ser efetivo com sequer um simples feitiço.
     Crestomanci, ao impor regras proibindo o uso de magia por crianças, faz Gwendolen sentir-se subestimada.
      Quando as tentativas da irmã de Gato em chamar a atenção de C. Chant falham,  causando aborrecimentos para Julia  e Roger, filhos de Crestomanci, e a todos no Castelos ela decide, sem hesitação, partir para outro mundo onde fosse admirada e venerada, enviando uma sobressalente para o mundo de Crestomanci.
     A partir daí,  várias outras ocorrências farão despertar em Gato seu potencial furtado por mentes egoístas e desumanas, além de revelar muitos mistérios apresentados durante a narrativa acerca da relação entre os mundos paralelos.
     'Os Mundos de Crestomanci' é um buraco de minhoca elegante que liga a física moderna pré-gênesis com a fantasia e a arte da escrita de Diana Wynne Jones, que fez a escritora J. K. Rowling, mundialmente conhecida,  encontrar em suas ideias uma boa inspiração para o desenvolvimento da saga Harry Potter.
      É um bom livro com genial elaboração que qualquer um pode ler para passar o tempo na hora do chá solitária, ou ainda não."


    Acho que finalmente precisarei usar tags e títulos em alguns de meus postes aqui.

sábado, 28 de julho de 2012

     Acabaram-se os dias úteis, por  fim. Mas os dias "inúteis" que são tão úteis quanto os úteis dias começaram. Em algumas horas haverá ensaio da Orquestra Sinfônica e estou a preparar-me para ele. Parece-me que haverá um concerto-aula na segunda-feira, porém eu tenho aula na Escola de Artes e um outro concerto da Orquestra Sinfônica do Recife para  apreciar. Acredito que o maestro entenderá que não há tempo suficiente para preparar uma declaração justificando minha ausência na Escola de Artes.
Robot Visions de Isaac Asimov
     Essa semana, comecei a ler Visões de Robô de Isaac Asimov. É o segundo livro que leio de sua autoria e, como sempre, estou tão animado que até o levei para a latrina comigo. Isso deu-me uma ideia: penso, já, em escrever cá as resenhas dos livros meus. Eu não as escrevo com a pretensão de publicação, claro. Mas penso que seria interessante compartilhar o conhecimento que tenho adquirido nas minhas jornadas literárias.
     Eu devo ter contado uma história de carência recentemente, mas agora eu tenho outra inteiramente moderna onde eu novamente sou o protagonista.
     Já eu preciso ir, mas eu não esquecerei de postar resenhas e minha meta de leitura para 2012.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

     Extenuação física e melancolia são as "consequências patológicas" de todo o lume e frenesi  sobre o qual falei recentemente.

     Eu prometi explicar o meu desaparecimento. Bom, eu estava precisando dalgumas aulas particulares de violino a mais do que fora planejado. Eu não estava com o capital necessário para pagá-las, então eu decidi atrasar apenas um pouco o pagamento da web. A música é minha prioridade, apesar de amar a escrita e de amá-los também.

     Mas voltando ao assunto do começo desse poste, estou nesse estado de tal modo que estou frequentemente entre os sonhos dum profundo sono e a realidade. Estou assim exatamente agora. E preciso fazer um relatório da minha turma para entregar próxima semana, preciso escrever receitas para o meu grupo do trabalho acadêmico de biologia, preciso fazer contato com os alunos do Conservatório de Tatuí, preciso finalizar a etapa de "arquivamento de dados" e começar atuar o planejamento para conseguir uma bolsa de estudos no maior conservatório da América Latina, preciso tirar a melhor nota do bimestre em língua inglesa na minha turma, preciso conseguir entrar no programa Ganhe o Mundo, preciso progredir muito com o meu violino, preciso aprender La Primavera de Vivaldi e, de fato, o que eu mais preciso não é nada do que citei. 
     A minha mãe comentou que está feliz por eu finalmente ser mais sociável. Eu quero entender isso... Agora entendo. Estou sendo egoísta, pois eu sei bem os benefícios de ser sociável para os meus objetivos pessoais. Agora vejo que, talvez, fui ao extremo com a história de "parar um pouco de sentir as dores do mundo e das pessoas". A condição humana é angustiante e isso leva-nos ao nada. No vazio, sempre estiquei-me como plástico e quebrei como vidro. A minha socialização é apenas uma fuga, uma arte elaborada feita para apaziguar o espírito. Que assim seja, pois. Hei de acreditar, por enquanto, que isto funcionará.
     Ele vê o que os outros não veem. Eu vejo o que os outros não veem. Ele percebe a mitomania do mundo como eu. Mas ele aprendeu recentemente com Clarice Lispector que é necessário estar "na dele" e "não na do mundo". Incrivelmente, eu também aprendi isso. Ele acha isso uma tarefa impossível já que ele é terráqueo. E eu, após algumas breves elucubrações, começo a pensar igual a ele. E quando chegamos aí, vemos as nossas mais profundas semelhanças. Elas são tanto assim que eu vejo que sou Ele. Ele aceita, então Ele também sou eu. Eu estou nEle, e agora somos. Eu e Ele somos eu. Eu somos. E aceito o mistério de ser somos.

...

     Estou com o livro de língua portuguesa aberto. Isso fez-me lembrar das recomendações de minha professora acerca de escrever na sala de aula. Ela pediu moderação, pois, além de mim, ele é a única que entendia meus textos após ler duas ou três vezes — eu não acho tão complexo assim — e achar que compreendeu tudo para então perguntar a mim alguma coisa sobre o que eu exatamente quis dizer cá e ali. Ainda pediu para eu ler menos dicionários de sinônimos, mas eu não leio dicionário de sinônimos.
     Mas não foi apenas as minhas lembranças que fizeram-me comentar cá acerca de meu livro de língua portuguesa. Há um lindo trecho dum livro sobre poesia que gostaria de compartilhar convosco:

     A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de transformar o mundo, a atividade poética é revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método de libertação interior. A poesia revela este mundo; cria outro. Pão dos eleitos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem; regresso à terra natal. Inspiração, respiração, exercício muscular. Súplica ao vazio, diálogo com a ausência, é alimentada pelo tédio, pela angústia e pelo desespero [...] Expressão histórica das raças, nações, classes. Nega a história: em seu seio resolvem-se todos os conflitos objetivos e o homem adquire, afinal, a consciência de ser algo mais que passagem. Experiência, sentimento, emoção, intuição, pensamento não dirigido. Filha do acaso; fruto do cálculo. Arte de falar em forma superior; linguagem primitiva. Obediência às regras; criação de outras. [...] Vos do povo, língua dos escolhidos, palavra do solitário. [...].

PAZ, Octavio. Poesia e Poema, In: O Arco e a Lira. Tradução de Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. p. 15.

     Alguém conhece o tal ilustre Octavio Paz? Alguém leu o livro? Fiquei muito interessado em lê-lo.
   Enfim, é com esse trecho de O Arco e a Lira que despeço-me de vós e deste Universo Paralelo, ou melhor, dispo-me de e com vós.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Minha vida está como este concerto para violino de Theophilus Mozart. E como geralmente não é assim, fico ansioso e com medo. Só com medo.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Nunca esqueçam disto: a loucura é vizinha da mais cruel sensatez.
     Voltei!

     Este é um blogue pessoal que tem um certo valor emocional para mim, apesar disso, possuo três leitores que merecem o meu estima, respeito e consideração. Por isto, desculpem-me por todo este tempo sem postar nada.
     Eu pretendo contar o que houve nesses 16 dias ausentes durante a noite de hoje. Ao menos, agora eu posso introduzir que eu estava a escrever um poste no dia 8 de julho e ainda preparando um outro para o dia seguinte. Vejam-no

     "Gravata preta ou verde escura para tocar o hino nacional numa solenidade amanhã?


     Sei que estavam a  distribuir folhas avulsas com a minha foto e o nome 'desaparecido' pelas avenidas da web, mas a tensão da semana não deixou-me postar nada aqui.

     Há duas semanas não vejo meu pai. Nós temos uma relação muito difícil. Há dois meses eu li Carta ao Pai de F. Kafka e pude asseverar a semelhança da relação entre Kafka e seu pai, Hermann Kafka, com o nosso relacionamento. Sou inseguro, indeciso e costumo ter sensações de fracasso repentinas que pode durar de algumas horas até dias, assim como Kafka. Por isso — e também pela qualidade de sua obra —, talvez, fiz-me afinar tanto com o tal escritor alemão. Entretanto, vejo-me indiferente à ausência dele, vejo em mim a ausência de sentimentos antes compartilhados com ele. Quais as chances de uma rosa sobreviver num solo marciano? A rosa que tinha por ele lentamente faleceu. A luta pela sobrevivência em solo tão frio e seco fê-la se extenuar e desistir. Hoje, não há nada a sentir.

   Já, encontro um concerto de A. Vivaldi — atualmente, estou apreciando muito ele, mas a majestosa lista continuará — que mostra exatamente a minha ansiedade. Eu disse que a semana que se passou foi muito tensa? Esperei uma ligação importantíssima e a perdi. Também aguardei por E-mails, mas apenas aguardei muito. E como nada do esperado acontecia, decidi sentar na sala de espera e aguardar por algo, apenas por algo.
   Com ansiedade e esperança inicio a nova semana, que será com muitos livros e partituras. Sim, parece que finalmente consegui um meio de conseguir dinheiro mensalmente e salvá-los para o próximo ano. A semana será com quatro horas de livros e letras, pessoas procurando por eles e livros só para mim. Nas outras horas terei muita música e outros estudos acadêmicos. Assim fico feliz!

      Então, segue-se a música do meu sorriso escrito pelo compositor ..."

   Acaba cá pois não foi possível continuar o poste e eu realmente não gosto de trocar o meu computador pessoal por um público. Alguém pode adivinhar o que houve comigo?   

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Escreveria mais se o dia tivesse 32 horas.

domingo, 1 de julho de 2012

     Fim de noite por cá com pontas dos dedos quase deformadas após um longo dia de estudos. Há extenuação e paixão aqui.
    Como sou grato por poder escrever, sou grato por cada nota que posso ouvir. E como sou grato pelas flores de Redon.

    Abaixo há duas obras de artes que aprecio correntemente, elas são uma Sonata Trio para dois violinos e baixo contínuo do compositor barroco italiano Antonio Lucio Vivaldi e pinturas do simbolista francês Odilon Redon.
     O violino primo da obra de Vivaldi é o violinista barroco italiano Enrico Gatti, um dos poucos deste gênero no mundo. Suas interpretações são duma expressa sensatez e graciosidade. Eu recomendo muito seu disco de 1996 das sonatas de Francesco Maria Veracini, compositor e violinista barroco italiano contemporâneo de Antonio Lucio Vivaldi.

Capa do disco que recomendei com Enrico Gatti

     Apreciei a obra de Vivaldi enquanto deleitava-me com pinturas de Redon. Ouvi-a novamente, e dessa vez associei a música às pinturas de Odilon. Vamos à música:

        O Prelúdio (primeiro movimento) de 00min.05s. até 04min.56s. foi associado à estas pinturas de Redon:
Anemones, de Odilon Redon.
Portrait of Madame Arthur Fontaine, de Odilon Redon.
Portrait of Madame de Demecy, de Odilon Redon.
Portrait of Marie Botkine, de Odilon Redon.
     O segundo movimento (Corrente) de 04min.56s. até 07min.12s. foram associadas às três pinturas seguintes:
Veiled Woman, de Odilon Redon.
Woman and Child against a Stained Glass Background, de Odilon Redon.
Woman with Wildflowers, de Odilon Redon.
     Enquanto o Giga (penúltimo movimento) que vai de  07min.13s. até 08min.55s. foi associado à uma pintura pintada em 1910, seis anos antes da morte do pintor francês — foi a brilhante parte destacada do baixo contínuo deste movimento a findar a composição que levou-me até a "escolha" de uma obra visual, na qual está representado um Centauro com um violoncelo da mesma família com grave tom do baixo contínuo, criada no findar da vida de seu criador? —:
Centaur with cello, de Odilon Redon.
     O último movimento, Gavotta (8min. 54s. até 10min. 17 s.), foi associado à estas duas seguintes pinturas de Odilon apenas.
Breton Village, de Odilon Redon.
Brunhild, de Odilon Redon.
     Está bem. Eu sei que há íntimas relações entre artes visuais e artes sonoras, mas como posso explicar isso? Recentemente, venho percebendo a minha capacidade de associar notas musicais às cores. Eu o fazia antes, mas não com frequência pois minha percepção não permitia. Atualmente, toda nota Ré é verde em minha mente. E não são apenas com as notas musicais que eu associo às cores, os dias das semanas foram associados com elas desda a tenra idade. Domingo é sempre preto e sábado é sempre um verde escuro — Ré seria um sábado? —.
     Se alguém ler isso e achar ridículo e fantasioso, não precisa continuar. A proposta disto aqui ainda é apenas de escrever e escrever para sobrepujar a mediocridade da existência.
     Não entendo as várias associações que faço no cotidiano com muitíssimas bizarras cousas.
     As pinturas foram escolhidas aleatoriamente no decorrer da música. Primeiro foi Vivaldi que levou-me a Redon; e depois Redon trouxe-me para Vivaldi. Obra do inconsciente? Sim. Por quê? Não o sei!