Ainda irei para o Parque Arqueológico de Alarcos Calatrava
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Eu sou um idealizador... e um idealizador carecente também.
Idealizadores e idealizadores carecentes costumam sempre ter atitudes como a que eu tive tempos atrás no autocarro com um rapaz. Pessoas com essas características também tornam-se frequentemente sorumbáticas. O texto em sequência é uma compilação dum correio eletrônico enviado a uma confidente amiga. O que está escrito demonstra como são esses tais idealizadores mencionados já.
..., 19 de Abril de 2012.
Querida C.,
Decidi. Apenas estive decidindo. O que decidi? Escrever-te sobre
coisas quaisquer. Eu pretendo te contar alguns ocorreres nos fluídos
de meu tempo. A água que flui em meu rio do tempo é quase negra, como
os rios dos manguezais do Recife. Por vezes, encontro-me com a água
azulada do mar, então venho a tornar ser esta mistura com o céu escuro
estrelado e com a atmosfera noturna iluminada pela luz lunar tímida.
Escrevo-lhe tudo isto enquanto aprecio os pianos trios em forma-sonata
do compositor tcheco Jan Ladislav Dussek.
[...]
Ao voltar da Escola de Artes, estava no autocarro. Este esteve sendo
um dia interessante. O senhor do sebo sorriu-me enquanto punha em
minha mão um livro de literatura luso-brasileira. Ainda disse, tirando
o livro quase preto de pó de baixo dum
monte Olimpo de livros : "Tem Miguel de Cervantes. Muito bom. Ninguém
vê, ai ninguém leva." "Ele poderia presentear-me com este livro." —
Penso enquanto reciproco-o com igual sorriso na cara. Além disso,
parece-me que mim diz a memória que foi neste mesmo dia uma senhora
chamada F. cujo último nome lembro, cumprimentou-me ao ver minha
humilde pessoal sentado abaixo de uma árvore a ler um livro. Quando
largamos, pude ver os outros educandos nos vendo a conversar e a rir e
pensando: " O que ela tem de melhor? Ele tá sempre sozinho, e agora
depois de semanas está rindo com alguém tão enrugada quanto..."
Por fim. Voltando à noite no autocarro, do qual, posso fazer um
trajeto "X". O meu trajeto de noite é o
retorno. Neste noite, não tive inspirações para novos escritos, não
decidi começar e não terminar uma nova composição para dois violinos e
decidi não fazer teste de concentração no congestionamento ruidoso ao
tentar ler um dos vários livros que fazem ocupar espaço em minha
colossal e enorme mochila. Não era um dia comum, pois chovia muito.
Eu não entendi porque as pessoas preferem fechar as janelas para
sentirem-se numa chaleira fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e
úmida da gotas de água da chuva, que são despedaçadas para longe de
seus amores no quebrar do vento, que bate no autocarro com velocidade.
Gosto de observar a tragédia humana, portanto, costumo sentar ao lado
da janela. Neste dia, não houve sequer um universitário para sentar
ao meu lado com livros de engenharia robótica em língua inglesa, ou
adolescente que inventam jogos aparentemente inocentes mas macabros
para ocupar o tempo quase perdido no congestionamento.
Um ser feminino senta ao meu lado. A descrevo deste modo por não
lembrar suas características e feições, e principalmente, porque as
pessoa parecem morrer nos autocarros. Mas quando passamos daquela
camada de tez, poderemos ver grandes Sinfonias, grandes mundos. Estão
todos cansados dos próprios vermes em seus putrefatos corpos, mas
estes vermes causam o péssimo odor que faz atrair os seus alimentos
diários, os corvos, que por vez destes, os tornam fortes como a neve.
Desculpe-me interrompê-la, aprecies isto e voltes até mim:
http://www.youtube.com/watch?
v=m9yTzwe710U
O ser feminino chega ao seu ponto de parada, no qual, muitas pessoas
também costumam esperar o seu transporte. Bom rapaz que sou, retiro-me
de minha cadeira para a senhora não ter problemas com minha enorme e
colossal mochila com grossos livros. Neste ínterim, um cavalheiro, no
limiar da fase adulta penso eu, aproxima-se para tomar posse da
cadeira, que nestes dias de congestionamento são muito desejados pelas
pernas. Ele parecia estar fazendo pisar naquele autocarro em tão
pouquíssimo tempo.
A senhora vai-se sem agradecer. Mas não importo-me ao ver aquela face
em minha frente que, apesar de não ser de beleza apolínica,
encantou-me. Não posso compreender os mistérios todos na vida. Talvez
porque ainda não sou humano o suficiente, sou mais animal com
instintos emocionais do que humano cósmico transcendental. Estas
atrações instantâneas que nos ocorrem parecem-me estar além de nosso
entendimento e de nossa consciência biológica-psicológica. Somos
presos à eles como múmias faraônicas em seu bálsamo eterno.
Entre tantos ruídos nada melódicos e buzinas no congestionamento, pude
ouvir a sua voz falar-me, mas não compreender-me. De modo que faz-me
pensar que ele disse "que foi boy?" Meus ouvidos estavam concentrados
em sua face, então, faço pensar que ele provavelmente disse "Eu
posso?", pois logo após a imemoriável e incerta frase gramaticalmente
correta, ao menos disto tenho certeza (mas como posso ter certeza que
a frase pronunciada por sua boca e arquitetada por sua Área de Broca
pode estar gramaticalmente correta se não posso ter certeza do que
falou-me ele?), expressei um sorriso em que aperta-se as partes
superiores e inferiores do lábio, pondo as extremidades esquerda e
direita um pouco confusas quanto a direção dele na cara, um ponto que
diferencia as expressões de tristeza e a sorridentemente alegria,
também ocultando os dentes incisivos que são os sóis dos sorrisos para
muitas das pessoas. Um altruísta sente-se feliz ao ver o Sol nos olhos
negros de alguém sorrindo.
Talvez, estava eu, ocultado meu sorriso feliz por encontrar uma cara
viva entre as faces mortas. Sua cara era vermelha (então ele gosta
mesmo do clima no Recife?), nada tão visceral é quanto ver o sangue na
cara de quem tu amas. Céus! Oh, céus! Eu amo um desconhecido. Como sou
perverso!
Voltando ao sorriso ocultador de incisivos e sentimentos, enquanto
fazia-o, dei-lhe o cadeira ao lado da janela com um gesto licenciador
da mão esquerda apontando para a cadeira um pouco abaixo de meu
abdômen. Expressa seus sentimentos com uma palavra; após, senta-se na
cadeira com o meu mesmo sorriso, porém um pouco mais hesitante.
Nem uma das bocas das faces mortas, em nem um dia sequer, comentou à
mim, um desconhecido, sobre a chuva e as soluções do para o
congestionamento com tanta humanidade. Comentou à mim, uma das coisas,
que naquele momento, eu comentaria para alguém, mas por repressão
mesmo, não comento, falou das criança sonolentas com suas mães nestes
transportes. Ele também não compreende o motivo de as pessoas terem
preferência em fechar as janelas para sentirem-se numa chaleira
fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e úmida das gotículas de
água, que despedaçam-se para longe de seus amores no quebrar do vento,
que faz bater velozmente no autocarro.
Ele decidi abrir a janela e sentir a brisa fria e úmida das gotículas
de água despedaçantes à longínquos pontos de seus amores no quebrar
dos ares, fazedor de velozes batidas em o autocarro, e pergunta-me se
aquilo faz-me ter desagrado; então respondo após segundos de tensão
que aquilo está perfeito.
O congestionamento o deixou sem vontade de ócio, o que fá-lo desejar
acessar seu correio eletrônico. Mas a conexão estava péssima naquele
dia chuvoso, o que o faz distrair-se para os lados e perceber que eu
olhava atentamente para a tela do celular. Ele faz rir e comentar que
uma colega sua passaria em Recife, mas não o visitaria. "Pode isso?"
Disse-me. Ele tenta acessar o YouTube, mas a página estava em inglês e
pergunta se eu posso ler e traduzir. Faço-o, mas ele faz desistir.
Céus! Magno foi o instante em que descobri que seu nome é A. ao
reler seu endereço de E-mail enquanto tentava logar novamente.
Eu não sei o que poderia ocorrer se eu o falasse olhando em seus
olhos. Eu sempre tentava fitar em nada, e respondia aos seus sorrisos
mais leves e delicados que as madrugadas, onde as estrelas tornam-se
penas para fazer-nos rir de nossa triste comédia.
Vai-se o tempo. Ele fecha a janela; mas depois disse-me que se sente
numa saúna (achei bom ele não ter-me perguntado se não me sentia
também), então abre-a; a chuva para enquanto aproxima-se o meu
destino. Neste tempo, descubro que ele é casado e possui uma filha,
então sinto-me imoral. Sinto-me tanto que desta vez fito os seus
olhos.
Volta a chover e ele faz anuncio que seu destino aproxima-se, pois
pretende pegar um outro transporte opcional para o aeroporto. Oh,
Céus! Os meus tambores sentimentais começam a tocar num ritmo mais
marcante, pois dou-me a saber que ele descerá exatamente em meu
destino. Além disso, ele não parece ser recifense. Pois aqui, os atos
urbanos não matam a natureza.
Fiz pensar que aquele estava sendo um instante raro em que uma
preciosa pessoa, por acaso, faz-me ter sentimentos tão agradáveis.
Tornou-se impossível não deixar-se ir com as últimas gotas de água que
caíam das árvores nos jardins dos edifícios para a terra agora
molhada. Eu deveria mostrar-se, ao menos, um pouco mais simpático.
Ele retira seu guarda-chuva após anunciar que está chegando ao seu
destino; segundos após retiro o meu. Ele era um enorme guarda-chuva, o
que faz A. o fazer uma observação incomum, mas que eu também
faria: "São desproporcionais." Eu não posso resistir a rir muito com
ele e assentir com pouca dificuldade à sua observação.
Então, de súbito, pede licença e levanta-se, eu sabia que também
estava chegando ao meu ponto, mas decidi deixá-lo levantar-se; pedir a
parada e ir à porta traseira do autocarro. Ele estava a alguns passos
atrás de mim, então ri silenciosamente todos aqueles risos, que não fiz em
sua presença. Eu sabia que estava arrependido e não pretendia mesmo
estar ao seu lado na partida.
Quando chegamos ao nosso destino, esperei ele descer do autocarro para
levantar-se cadeira e descer também. A chuva tornou-se torrencial
naquele momento e em segundos, ao descer do autocarro, pude vê-lo com
dificuldades para abrir o guarda-chuva (eu o abri agilmente em três
segundos).
Olho para trás e digo a mim mesmo ao vê-lo olhando-me também partir:
"Que belo ser! Sua desconfiança em eu tê-lo enganado na tradução
certamente revela que, talvez, ele teve uma decepção. Foi com sua
esposa? Ela o destruiu?..." Interrompo os pensamentos pois sentia-me
novamente imoral. Farei meu rumo. Fi-lo, mas absolutamente absorto no
que ocorreu.
Nos diálogos do fim de dia com minha mãe, ele pergunta-me as novidades
e invento toda uma história de uma tal garota que conheci de volta
para casa. Minutos depois da expressão de felicidade de minha mãe por
ver que o filho está sendo "normal", sinto-me muito melancólico.
Durante as duas semanas que passam, desmotivo-me de tudo, pois ele sequer
soube meu nome. Ou a minha mãe não sabe o meu nome?Sim.
Com sentimentos,
Unillimes
P.S.: Não revisei nada, lamento pelos erros ortográficos.
Idealizadores e idealizadores carecentes costumam sempre ter atitudes como a que eu tive tempos atrás no autocarro com um rapaz. Pessoas com essas características também tornam-se frequentemente sorumbáticas. O texto em sequência é uma compilação dum correio eletrônico enviado a uma confidente amiga. O que está escrito demonstra como são esses tais idealizadores mencionados já.
..., 19 de Abril de 2012.
Querida C.,
Decidi. Apenas estive decidindo. O que decidi? Escrever-te sobre
coisas quaisquer. Eu pretendo te contar alguns ocorreres nos fluídos
de meu tempo. A água que flui em meu rio do tempo é quase negra, como
os rios dos manguezais do Recife. Por vezes, encontro-me com a água
azulada do mar, então venho a tornar ser esta mistura com o céu escuro
estrelado e com a atmosfera noturna iluminada pela luz lunar tímida.
Escrevo-lhe tudo isto enquanto aprecio os pianos trios em forma-sonata
do compositor tcheco Jan Ladislav Dussek.
[...]
Ao voltar da Escola de Artes, estava no autocarro. Este esteve sendo
um dia interessante. O senhor do sebo sorriu-me enquanto punha em
minha mão um livro de literatura luso-brasileira. Ainda disse, tirando
o livro quase preto de pó de baixo dum
monte Olimpo de livros : "Tem Miguel de Cervantes. Muito bom. Ninguém
vê, ai ninguém leva." "Ele poderia presentear-me com este livro." —
Penso enquanto reciproco-o com igual sorriso na cara. Além disso,
parece-me que mim diz a memória que foi neste mesmo dia uma senhora
chamada F. cujo último nome lembro, cumprimentou-me ao ver minha
humilde pessoal sentado abaixo de uma árvore a ler um livro. Quando
largamos, pude ver os outros educandos nos vendo a conversar e a rir e
pensando: " O que ela tem de melhor? Ele tá sempre sozinho, e agora
depois de semanas está rindo com alguém tão enrugada quanto..."
Por fim. Voltando à noite no autocarro, do qual, posso fazer um
trajeto "X". O meu trajeto de noite é o
retorno. Neste noite, não tive inspirações para novos escritos, não
decidi começar e não terminar uma nova composição para dois violinos e
decidi não fazer teste de concentração no congestionamento ruidoso ao
tentar ler um dos vários livros que fazem ocupar espaço em minha
colossal e enorme mochila. Não era um dia comum, pois chovia muito.
Eu não entendi porque as pessoas preferem fechar as janelas para
sentirem-se numa chaleira fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e
úmida da gotas de água da chuva, que são despedaçadas para longe de
seus amores no quebrar do vento, que bate no autocarro com velocidade.
Gosto de observar a tragédia humana, portanto, costumo sentar ao lado
da janela. Neste dia, não houve sequer um universitário para sentar
ao meu lado com livros de engenharia robótica em língua inglesa, ou
adolescente que inventam jogos aparentemente inocentes mas macabros
para ocupar o tempo quase perdido no congestionamento.
Um ser feminino senta ao meu lado. A descrevo deste modo por não
lembrar suas características e feições, e principalmente, porque as
pessoa parecem morrer nos autocarros. Mas quando passamos daquela
camada de tez, poderemos ver grandes Sinfonias, grandes mundos. Estão
todos cansados dos próprios vermes em seus putrefatos corpos, mas
estes vermes causam o péssimo odor que faz atrair os seus alimentos
diários, os corvos, que por vez destes, os tornam fortes como a neve.
Desculpe-me interrompê-la, aprecies isto e voltes até mim:
http://www.youtube.com/watch?
v=m9yTzwe710U
O ser feminino chega ao seu ponto de parada, no qual, muitas pessoas
também costumam esperar o seu transporte. Bom rapaz que sou, retiro-me
de minha cadeira para a senhora não ter problemas com minha enorme e
colossal mochila com grossos livros. Neste ínterim, um cavalheiro, no
limiar da fase adulta penso eu, aproxima-se para tomar posse da
cadeira, que nestes dias de congestionamento são muito desejados pelas
pernas. Ele parecia estar fazendo pisar naquele autocarro em tão
pouquíssimo tempo.
A senhora vai-se sem agradecer. Mas não importo-me ao ver aquela face
em minha frente que, apesar de não ser de beleza apolínica,
encantou-me. Não posso compreender os mistérios todos na vida. Talvez
porque ainda não sou humano o suficiente, sou mais animal com
instintos emocionais do que humano cósmico transcendental. Estas
atrações instantâneas que nos ocorrem parecem-me estar além de nosso
entendimento e de nossa consciência biológica-psicológica. Somos
presos à eles como múmias faraônicas em seu bálsamo eterno.
Entre tantos ruídos nada melódicos e buzinas no congestionamento, pude
ouvir a sua voz falar-me, mas não compreender-me. De modo que faz-me
pensar que ele disse "que foi boy?" Meus ouvidos estavam concentrados
em sua face, então, faço pensar que ele provavelmente disse "Eu
posso?", pois logo após a imemoriável e incerta frase gramaticalmente
correta, ao menos disto tenho certeza (mas como posso ter certeza que
a frase pronunciada por sua boca e arquitetada por sua Área de Broca
pode estar gramaticalmente correta se não posso ter certeza do que
falou-me ele?), expressei um sorriso em que aperta-se as partes
superiores e inferiores do lábio, pondo as extremidades esquerda e
direita um pouco confusas quanto a direção dele na cara, um ponto que
diferencia as expressões de tristeza e a sorridentemente alegria,
também ocultando os dentes incisivos que são os sóis dos sorrisos para
muitas das pessoas. Um altruísta sente-se feliz ao ver o Sol nos olhos
negros de alguém sorrindo.
Talvez, estava eu, ocultado meu sorriso feliz por encontrar uma cara
viva entre as faces mortas. Sua cara era vermelha (então ele gosta
mesmo do clima no Recife?), nada tão visceral é quanto ver o sangue na
cara de quem tu amas. Céus! Oh, céus! Eu amo um desconhecido. Como sou
perverso!
Voltando ao sorriso ocultador de incisivos e sentimentos, enquanto
fazia-o, dei-lhe o cadeira ao lado da janela com um gesto licenciador
da mão esquerda apontando para a cadeira um pouco abaixo de meu
abdômen. Expressa seus sentimentos com uma palavra; após, senta-se na
cadeira com o meu mesmo sorriso, porém um pouco mais hesitante.
Nem uma das bocas das faces mortas, em nem um dia sequer, comentou à
mim, um desconhecido, sobre a chuva e as soluções do para o
congestionamento com tanta humanidade. Comentou à mim, uma das coisas,
que naquele momento, eu comentaria para alguém, mas por repressão
mesmo, não comento, falou das criança sonolentas com suas mães nestes
transportes. Ele também não compreende o motivo de as pessoas terem
preferência em fechar as janelas para sentirem-se numa chaleira
fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e úmida das gotículas de
água, que despedaçam-se para longe de seus amores no quebrar do vento,
que faz bater velozmente no autocarro.
Ele decidi abrir a janela e sentir a brisa fria e úmida das gotículas
de água despedaçantes à longínquos pontos de seus amores no quebrar
dos ares, fazedor de velozes batidas em o autocarro, e pergunta-me se
aquilo faz-me ter desagrado; então respondo após segundos de tensão
que aquilo está perfeito.
O congestionamento o deixou sem vontade de ócio, o que fá-lo desejar
acessar seu correio eletrônico. Mas a conexão estava péssima naquele
dia chuvoso, o que o faz distrair-se para os lados e perceber que eu
olhava atentamente para a tela do celular. Ele faz rir e comentar que
uma colega sua passaria em Recife, mas não o visitaria. "Pode isso?"
Disse-me. Ele tenta acessar o YouTube, mas a página estava em inglês e
pergunta se eu posso ler e traduzir. Faço-o, mas ele faz desistir.
Céus! Magno foi o instante em que descobri que seu nome é A. ao
reler seu endereço de E-mail enquanto tentava logar novamente.
Eu não sei o que poderia ocorrer se eu o falasse olhando em seus
olhos. Eu sempre tentava fitar em nada, e respondia aos seus sorrisos
mais leves e delicados que as madrugadas, onde as estrelas tornam-se
penas para fazer-nos rir de nossa triste comédia.
Vai-se o tempo. Ele fecha a janela; mas depois disse-me que se sente
numa saúna (achei bom ele não ter-me perguntado se não me sentia
também), então abre-a; a chuva para enquanto aproxima-se o meu
destino. Neste tempo, descubro que ele é casado e possui uma filha,
então sinto-me imoral. Sinto-me tanto que desta vez fito os seus
olhos.
Volta a chover e ele faz anuncio que seu destino aproxima-se, pois
pretende pegar um outro transporte opcional para o aeroporto. Oh,
Céus! Os meus tambores sentimentais começam a tocar num ritmo mais
marcante, pois dou-me a saber que ele descerá exatamente em meu
destino. Além disso, ele não parece ser recifense. Pois aqui, os atos
urbanos não matam a natureza.
Fiz pensar que aquele estava sendo um instante raro em que uma
preciosa pessoa, por acaso, faz-me ter sentimentos tão agradáveis.
Tornou-se impossível não deixar-se ir com as últimas gotas de água que
caíam das árvores nos jardins dos edifícios para a terra agora
molhada. Eu deveria mostrar-se, ao menos, um pouco mais simpático.
Ele retira seu guarda-chuva após anunciar que está chegando ao seu
destino; segundos após retiro o meu. Ele era um enorme guarda-chuva, o
que faz A. o fazer uma observação incomum, mas que eu também
faria: "São desproporcionais." Eu não posso resistir a rir muito com
ele e assentir com pouca dificuldade à sua observação.
Então, de súbito, pede licença e levanta-se, eu sabia que também
estava chegando ao meu ponto, mas decidi deixá-lo levantar-se; pedir a
parada e ir à porta traseira do autocarro. Ele estava a alguns passos
atrás de mim, então ri silenciosamente todos aqueles risos, que não fiz em
sua presença. Eu sabia que estava arrependido e não pretendia mesmo
estar ao seu lado na partida.
Quando chegamos ao nosso destino, esperei ele descer do autocarro para
levantar-se cadeira e descer também. A chuva tornou-se torrencial
naquele momento e em segundos, ao descer do autocarro, pude vê-lo com
dificuldades para abrir o guarda-chuva (eu o abri agilmente em três
segundos).
Olho para trás e digo a mim mesmo ao vê-lo olhando-me também partir:
"Que belo ser! Sua desconfiança em eu tê-lo enganado na tradução
certamente revela que, talvez, ele teve uma decepção. Foi com sua
esposa? Ela o destruiu?..." Interrompo os pensamentos pois sentia-me
novamente imoral. Farei meu rumo. Fi-lo, mas absolutamente absorto no
que ocorreu.
Nos diálogos do fim de dia com minha mãe, ele pergunta-me as novidades
e invento toda uma história de uma tal garota que conheci de volta
para casa. Minutos depois da expressão de felicidade de minha mãe por
ver que o filho está sendo "normal", sinto-me muito melancólico.
Durante as duas semanas que passam, desmotivo-me de tudo, pois ele sequer
soube meu nome. Ou a minha mãe não sabe o meu nome?Sim.
Com sentimentos,
Unillimes
P.S.: Não revisei nada, lamento pelos erros ortográficos.
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