domingo, 5 de agosto de 2012

     Ele é boliviano, fala espanhol e português, não toca Tchaikovsky bem, ele não destaca as notas que deveria no concerto para violino em Ré maior do citado compositor russo e ainda desafina. Eu preciso dele para um feedback, será que o tal boliviano entenderá meu português mundano, linguisticamente falando? Ao menos estudou em um dos melhores conservatórios da América Latina.
     
     Sou exigente e busco a perfeição em tudo o que eu faço, consequentemente, acho defeitos e imperfeições em mim por demais, sou sempre insuficiente e menor, o que leva-me para a introspecção algumas vezes. Atualmente, eu posso falar algumas vezes por minha recente socialização simpática com o mundo.
     Apesar de tudo isso de que falei, há duas coisas de que me orgulho: Poder sentir cada detalhe de uma música e extasiar-me com isso e por compreender que apesar de minha vida ser um erro sem ela, eu posso viver sem a música. Ela pode ser substituída por filosofia, literatura, pintura, arquitetura, astronomia, física quântica e cous'outras do cotidiano que fazem-me feliz. Eu confesso que sentirei muitas saudades dela, mas como a música  não é o meu melhor insubstituível, poderei adaptar-me ao mundo sem ela.
     A música não é nada sem as partículas e sem os sentidos de máquinas complexas — nós, os seres humanos — que não percebem a realidade de fato assim como o cosmos permaneceria inexistente sem o pensamento reflexivo das complexas máquinas e o cosmos também continuaria a existir inexistente sem o pensamento reflexivo das tais máquinas complexas.