Não acredito que perdi o concerto do Grupo Allegretto.
Preciso de um banho. Preciso de purificações.
sábado, 30 de junho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Estou em "férias", isto é, fazendo resumos profissionais para vagas de estágios em aeroportos e bibliotecas para salvar dinheiro em prol dos investimentos em meus estudos, programando meus estudos musicais, começando buscar trabalhos voluntários, programando minhas atividades literárias e vários outras coisas como dedicar dois dias para apenas estudar inglês, cinco dias para estudar apenas violino, três dias apenas para ler, dois dias apenas para escutar discos atrasados, três dias aos estudos acadêmicos e um dia para fazer o relatório de minha sala.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Hoje recebi a notícia que minha nota foi péssima no caderno de ciências exatas. Expressei para os meus decepcionados professores que sequer eu esperava pelo resultado. Estou muito melancólico. Não sei quais os objetivos devo seguir. Qual Via Crucis deverei eu seguir? Um não poderá viver em simultâneo com o outro.
O Intercâmbio não permitirá minha entrada no Cap-UFPE. Continuarei estudando na mesma instituição decadente? E o conservatório? E o curso da Extensão da UFPE? E a Escola de Artes? E o Francês e Inglês na UFPE não poderão ser continuados se fores bolsista da EMESP? Não seria mais produtivo se além de seres bolsista da EMESP, foste bolsista de o Le Conservatoire de Paris?
Eu não sou exato. Sou incerto e não entendo.
domingo, 24 de junho de 2012
O Objetivo da Sociologia no Ensino Médio
Este é o primeiro poste nomeado cá. Esta é uma redação de sociologia na qual minha nota foi 5,5. Penso que ao menos eu mereceria seis ou sete pontos. Mas eu já falei que não compreendo meu professor de filosofia/sociologia? Vamos à pequena redação:
A sociologia estuda os indivíduos aglomerados mediante um senso comum que os une, e as suas relações e ações no meio social, tais ações citadas, fazem expressar individuais desejos ou não no meio coletivo.
O Ensino Médio constituído por adolescentes, pois cá não trato do EJA, é um relevante espaço de construção de seres pensantes que atuarão na sociedade.
Estes adolescentes, na intensidade das idades, estão não só formando e construindo o corpo para o estágio de amadurecimento sexual — que é o objetivo final da vida: reproduzir-se e e tornar extensa a prole —, mas fazendo alicerçar a formação intelectual que há de realmente fazê-los indivíduos na sociedade em junção de tal amadurecimento.
Num país onde a conquista da democracia deu-se recentemente, e onde as pessoas costumam ser "pensadas", a Sociologia deve ter o objetivo de formar seres críticos prontos para relações complexas em grupo, viando a construção de uma sociedade mais justa e universalmente consciente do papel de nossa espécie.
INSISTA, NÃO DESISTA!
No limiar deste ano, eu colei na parede de meu armário uma folha com meus objetivos e prioridades. Mas agora, escrevê-los-ei cá, ou melhor, escrevê-lo-ei cá, pois trata-se de apenas uma prioridade suprema. Uma prioridade comparável à adoração dos religiosos aos seus deuses:
I. ESTUDAR UMA HORA DE VIOLINO TODOS OS DIAS INDEPENDENTEMENTE DE ALHEIAS ATIVIDADES;
II. AOS DOMINGOS DEVERÁS ESTUDAR DURANTE TODO O DIA. DÊ PREFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS NO HORÁRIO SÉTIMO AO AO VIGÉSIMO SEGUNDO OU VIGÉSIMO TERCEIRO.
III. INSISTA, NÃO DESISTA!
No limiar deste ano, eu colei na parede de meu armário uma folha com meus objetivos e prioridades. Mas agora, escrevê-los-ei cá, ou melhor, escrevê-lo-ei cá, pois trata-se de apenas uma prioridade suprema. Uma prioridade comparável à adoração dos religiosos aos seus deuses:
I. ESTUDAR UMA HORA DE VIOLINO TODOS OS DIAS INDEPENDENTEMENTE DE ALHEIAS ATIVIDADES;
II. AOS DOMINGOS DEVERÁS ESTUDAR DURANTE TODO O DIA. DÊ PREFERÊNCIA PARA OS ESTUDOS NO HORÁRIO SÉTIMO AO AO VIGÉSIMO SEGUNDO OU VIGÉSIMO TERCEIRO.
III. INSISTA, NÃO DESISTA!
Eu estive pensando acerca dos meus futuros estudos acadêmicos no Cap-UFPE e o intercâmbio. Ambas as ideias, que antes pareciam-se tão juntamente apaziguadas e elegantes, tonaram-se conflitantes. Isto é um desastre! Eu pretendia repetir meu primeiro ano do colegial numa melhor instituição para apresentar um bom histórico acadêmico em meus futuros estudos em universidades exteriores. Mas eu não poderei ingressar no programa Ganha o Mundo da Secretária de Educação do Estado de Pernambuco se eu não estiver no segundo ano do colegial. Ou seja, não poderei estudar por seis meses numa High School nos Estados Unidos ou Canadá. Depois de tais fatos analisados, veio-me uma sensação de agouro e fracasso, na qual se sente quando alguém visualiza a realidade mais densa e radioativa do que a antes pensada.
Sobretudo, deverei lembrar de terceira e última prioridade posta há alguns mínimos minutos atrás: III. INSISTA, NÃO DESISTA!
Há um problema em ser um pernambucano com a percepção auditiva sensível, pois nessa época do ano ele dói constantemente. A cada bomba explodida no meu bairro o meu cérebro e o meu ouvido reclamam.
O meu dia não foi como eu esperava. Os vizinhos comemoraram as festividades juninas com música eletrônica e com uma banda forró que só tem um ritmo para todas as músicas, ou ao menos variações deste ritmo inicial. A terceira corda de meu violino arrebentou-se enquanto eu tentava afinar (passei mais de 25 minutos afinando-o) e a primeira corda fez arrebentar-se enquanto eu estudava. Eu também senti dificuldades no exercício, estou triste. Hoje eu desafinei como nunca.
Será que conseguirei o que eu quero? Existem momentos nos quais sinto-me muitíssimo longe do alcance de meus objetivos. Sei que devo persistir, por mais que fazê-lo se pareça difícil.
O som do meu violino não ajuda e o meu apartamento igualmente.
A verdade é que sempre me acho incapaz de tudo, é que não penso ter aptidão para nada. Será verdade? Por que não possuo certeza acerca disso?
Amanhã não irei à escola. Preciso repor meu violino — se os problemas financeiros permitirem —.
sábado, 23 de junho de 2012
A seguir, um escrito postado no grupo virtual de filosofia da minha escola acerca de religiosidade, existencialismo e ciência.
Este poste é uma compilação de correios eletrônicos trocados por mim e uma graduando de Psicologia religiosa sobre algumas questões humanas
que contêm meus pensamentos sobre o assunto. Haverá aqui apenas alguns
trechos do correio. Em sequência, o correio do segundo sujeito; logo
após, a reposta do primeiro sujeito, eu.
Correio eletrônico do primeiro sujeito:
[...]
Boa tarde, querido!
O astrônomo Fred Hoyle teve seu ateísmo abalado pelo princípio
antrópico e pela complexidade que observou na vida.
Hoyle concluíu: "Uma interpretação de bom senso dos fatos sugere que
um superintelecto intrometeu-se na física, na química e na biologia e que
não há forças ocultas e dignas de menção na natureza"
Embora Hoyle tenha sido vago sobre quem seja exatamente esse
"superintelecto", ele reconheceu que o ajuste refinado do Universo
exige inteligência.
Beijo!
[...]
Resposta do segundo sujeito ao correio eletrônico anterior:
Cabo de Santo Agostinho, a 6 de Abril de 2012.
Oi Querida,
[...]
Além deste fato, há outro, a tua ansiedade. Quanto para as suas
verdades, eu recomendo este leitura:
Sou cético e irreligioso, por vezes, até encharcado de pirronismo.
Claro, acredito que há uma Energia Suprema desconhecida e
imperceptível para nós, humanos tão tolos e modestos perante a
vastidão cósmica, que rege o Universo; mas não com o imperialismo e
soberania egoísta dos deuses humanos, incluindo o cristão. É algo
natural que simplesmente está além de nossas aptidões compreensivas.
Ou terás como resolver o problema teológico da eternidade divina? Deus
existia antes da criação da luz e do tempo? Ou seria ele o próprio
tempo? Antes da nossa criação, digo todo o Cosmos, havia apenas Deus?
Mas realmente pode ele simplesmente existir-se eternamente? Tudo e o
Todo não deveriam ter o limiar e o findar?
A Bíblia, tanto como outros livros considerados sagrados, não hão ser
superiores mais que a classificação de livros que usam da criatividade
humana gestora de mitologias para dar respostas concretas e convictas
a estas questões tão perturbadoras, que nem a Teologia, e a Ciência e
a Filosofia estiveram por responder satisfatoriamente.
Como assim? Ciência e Filosofia tentando explicar problemáticas da
teologia cristã? Podem mesmo sê-lo? Ocorre-se que, as explicações
científicas sobre a origem, a criação e o destino de nosso Universo
também falham na Ciência e na Filosofia assim como na Teologia.
Possuir estas tuas verdades são mais confortáveis para ti e a outrem,
pois não jogar-te-ia num mar de singularidades. Digo, a singularidade da
Física, na teoria da explicação sobre nossa origem e destino, é uma
relativa ao vazio teológico das respostas destas perguntas.
Este é um dos motivos de que sou cético, por vezes, pirrônico. Há
mais, a ter dependência da da progressão evolutiva, a má religião e
seus dogmatismos, ouso socialmente considerar, deveram ser extintos
lentamente ou, tal seja uma vez, de rápido modo.
Eu poderia simplesmente apresentá-la dados estatísticos do ateísmo
científico, mas não preferi fazê-lo por meu ceticismo.
Sobretudo, meu cientificismo cético não deixa-me descrer, por exemplo,
que há possibilidade de corpos ocuparem dois lugares simultaneamente
ou na possibilidade da magna capacidade da cognição humana de ler
outras mentes. Há muito da Espiritualidade, que nos é natural, e
precisa ser melhor desenvolvido. Não somos a árvore, apenas um dos
vários ramos de uma longa jornada de crescimento.
Todo o Drama humano vive apenas em Meio a uma indiscutível
superioridade cósmica indiferente a todos os nossos feitos. Este fato
absurdo e desconfortante é apaziguado com as artes, com a Filosofia,
com a Arte das Musas, com a Beleza e a Estética igualmente indiferente
para a superioridade cósmica.
Atenciosamente,
Lee Ailson.
P.S.: Não revisei o texto.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Ontem, o concerto da Orquestra Sinfônica do Recife foi muito bom. Houve muitas cousas das quais eu não gostei como a falta de educação dos espectadores, a rispidez e o atendimento preconceituoso dos receptivos, a breve e sutil desafinação das cordas e metais (falo de comas) e a falta de vigor e segurança da solista. Sei que a atual temporada da Orquestra Sinfônica Recife demonstram ao público o amadurecimento da Orquestra com o regente Osman Gioia, mas penso que poderia melhorar.
A interpretação da Quarta Sinfonia em Fá menor de Tchaikovsky, muito conhecida por ser último movimento em que as cordas tocam quase por todo em pizzicato, foi precisa e segura.
Foi uma bela noite em que eu pude apaziguar meus sentimentos.
Sonhei com cachorros nessa hora da noite. Disputava com eles algo não muito claro no sonho. Repentinamente, eu corro e faço um voo rasante no chão. Após minutos de voo, pouso e retomo, mas com os cachorros a seguir-me e morder-me. Após algumas lutas vencidas com os cachorros, eu fico a apreciar o quão caucasianas são as minhas nádegas, mas na realidade física, elas não são caucasianas. Não entendi o sonho e este é o motivo de escrevê-lo cá.
Música do dia:
A interpretação da Quarta Sinfonia em Fá menor de Tchaikovsky, muito conhecida por ser último movimento em que as cordas tocam quase por todo em pizzicato, foi precisa e segura.
Foi uma bela noite em que eu pude apaziguar meus sentimentos.
Sonhei com cachorros nessa hora da noite. Disputava com eles algo não muito claro no sonho. Repentinamente, eu corro e faço um voo rasante no chão. Após minutos de voo, pouso e retomo, mas com os cachorros a seguir-me e morder-me. Após algumas lutas vencidas com os cachorros, eu fico a apreciar o quão caucasianas são as minhas nádegas, mas na realidade física, elas não são caucasianas. Não entendi o sonho e este é o motivo de escrevê-lo cá.
Música do dia:
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Hoje haverá o concerto da Orquestra Sinfônica do Recife com Mozart e Tchaikovsky. Nãi irei para o inglês e pagarei a reposição.
Ocorreu muitas coisas legais comigo ontem. O senhor do sebo em que eu compro livros conversou comigo, o professor de música confidenciou seus sentimentos para quatro alunos seus e encontrei uma coleção legal de revistas Seleção Readers Digest das décadas de sessenta e setenta. Estou lendo a edição de dezembro de 1971. Pretendo ler todas elas, pois novas informações não faltarão a cada página lida.
Parece que nunca terminarei de ler A Descoberta do Mundo de Clarice Lispector. Eu como vagarosamente este livro. Como-o como uma laranja que como. O ácido da descobrir-se e descobri-la aliado à doçura e sutileza de encontrar beleza no mundo mediante as palavras. Antes de meu tão esperado recesso escolar terminarei de lê-lo. Ao menos espero.
Eu deveria escrever mais cá.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Cinco reais sempre fará diferença no meu intercâmbio. Pagarei trinta reais para reposição da aula de inglês por desejar ir ao concerto da OSR.
Palavras-chaves em minha mente: Colégio Militar do Recife, Colégio Aplicação da UFPE, Relatório de represente da minha turma, Intercâmbio, Intercâmbio financiado pelo governo, perfeição, piano, violino, desafinação, Curso de Extensão da UFPE, Francês UFPE, Inglês UFPE, Estágio para Intercâmbio, Intercâmbio financiado pelo governo, Centro de Criatividade, Orquestra Sinfônica Jovem, dinheiro para comprar todos os livros que eu quero, morar em São Paulo, morar só em São Paulo, morar no exterior, morar só no exterior et cetera.
domingo, 17 de junho de 2012
Tenho muitos medos. Porém, há um medo que se sobressai. É o medo da "frustração do ideal". Desde a tenra sonhei ser um grande homem e minha vida não parece fazer sentido sem sê-lo no futuro. Os meus objetivos circundam em ser um grande homem. Eu sei que há de ser necessito emigrar da Terra da Pedra Verde para a Terra da Folha Verde.
O Brasileiro Luíz Fïlíp venceu o concurso para vaga de violino primo na Filarmônica de Berlim. Este acontecimento despertou-me alguns sentimentos. O que será de mim? O que será de meu futuro? Serei um Historiador, Músico, Compositor, Artista? Terei meu nome gravado na história da humanidade? Quais as chances para o filho duma ignorante mulher e d'um pai com grotesca mente?
Não poderei ir ao concerto da OSR no Teatro Santa Isabel na quarta-feira deste semana pois haverá aula de inglês exatamente no horário no qual iniciará o concerto, às 20h. Estou seriamente pensando em pagar uma reposição. Não gostaria de perdê-lo. Afinal, não são todos os dias em que uma Orquestra Sinfônica interpreta as sinfonias de um dos meus compositores favoritos, P. I. Tchaikovsky.
Enquanto isso, vou estudar e pensar nos meus objetivos breve
Estou apreciando isto cá:
sábado, 16 de junho de 2012
A próxima semana será diferente. As avaliações procrastinadas finalmente ganharão existência nas carteiras dos educandos ansiosos. E também pretendo ir para as exposições de arte que também procrastinei esta semana para estudar. Enquanto tudo ocorrer na semana que virá, retomarei a leitura dos contos de meu escritor francês favorito (falo do Guy de Maupassant) e dividirei o livro com os estudos preparatórios para a avaliação de inglês.
Os planos não mudaram e a via continua a mesma.
Tanto ocorreu-me nos tempos de cá afastado.
Já, entendo a mediocridade do mundo. Entretanto, sei eu que o conhecimento e a razão liberta daquela prisão medíocre. Há pessoas com mentes tão disformes quanto seu corpo e isto deixa-me em cólera com o mundo. Após um harmônico dia, entro em meu apartamento com os mesmo sentimentos de antigos tempos em crise existencial e de imediato penso a revigorar-me: "Mais vale uma frustração que faça-me crescer do que uma satisfação que faça-me estagnar".
Com tantos nomes e endereços escritos na agenda para junho, o remédio será ir para todos os compromissos e continuar
apesar de tudo.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
Estou desanimado. É o que geralmente acontece nesses finais de semana onde os domingos são duplicados.
Amanhã haverá avaliação das disciplinas de Ciências Exatas. Penso que o resultado não será tão bom. Não digo satisfatória por poucas cousas satisfazerem-me. Podes imaginar o resultado duma avaliação de um ser que cria um blogue acerca de si, seus pensamentos, sua percepção do mundo et cetera com título de "Reflectere ad Hominus"? É, eu não estou muito otimista. Ou não esotu muito confiante?
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Eu sou um idealizador... e um idealizador carecente também.
Idealizadores e idealizadores carecentes costumam sempre ter atitudes como a que eu tive tempos atrás no autocarro com um rapaz. Pessoas com essas características também tornam-se frequentemente sorumbáticas. O texto em sequência é uma compilação dum correio eletrônico enviado a uma confidente amiga. O que está escrito demonstra como são esses tais idealizadores mencionados já.
..., 19 de Abril de 2012.
Querida C.,
Decidi. Apenas estive decidindo. O que decidi? Escrever-te sobre
coisas quaisquer. Eu pretendo te contar alguns ocorreres nos fluídos
de meu tempo. A água que flui em meu rio do tempo é quase negra, como
os rios dos manguezais do Recife. Por vezes, encontro-me com a água
azulada do mar, então venho a tornar ser esta mistura com o céu escuro
estrelado e com a atmosfera noturna iluminada pela luz lunar tímida.
Escrevo-lhe tudo isto enquanto aprecio os pianos trios em forma-sonata
do compositor tcheco Jan Ladislav Dussek.
[...]
Ao voltar da Escola de Artes, estava no autocarro. Este esteve sendo
um dia interessante. O senhor do sebo sorriu-me enquanto punha em
minha mão um livro de literatura luso-brasileira. Ainda disse, tirando
o livro quase preto de pó de baixo dum
monte Olimpo de livros : "Tem Miguel de Cervantes. Muito bom. Ninguém
vê, ai ninguém leva." "Ele poderia presentear-me com este livro." —
Penso enquanto reciproco-o com igual sorriso na cara. Além disso,
parece-me que mim diz a memória que foi neste mesmo dia uma senhora
chamada F. cujo último nome lembro, cumprimentou-me ao ver minha
humilde pessoal sentado abaixo de uma árvore a ler um livro. Quando
largamos, pude ver os outros educandos nos vendo a conversar e a rir e
pensando: " O que ela tem de melhor? Ele tá sempre sozinho, e agora
depois de semanas está rindo com alguém tão enrugada quanto..."
Por fim. Voltando à noite no autocarro, do qual, posso fazer um
trajeto "X". O meu trajeto de noite é o
retorno. Neste noite, não tive inspirações para novos escritos, não
decidi começar e não terminar uma nova composição para dois violinos e
decidi não fazer teste de concentração no congestionamento ruidoso ao
tentar ler um dos vários livros que fazem ocupar espaço em minha
colossal e enorme mochila. Não era um dia comum, pois chovia muito.
Eu não entendi porque as pessoas preferem fechar as janelas para
sentirem-se numa chaleira fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e
úmida da gotas de água da chuva, que são despedaçadas para longe de
seus amores no quebrar do vento, que bate no autocarro com velocidade.
Gosto de observar a tragédia humana, portanto, costumo sentar ao lado
da janela. Neste dia, não houve sequer um universitário para sentar
ao meu lado com livros de engenharia robótica em língua inglesa, ou
adolescente que inventam jogos aparentemente inocentes mas macabros
para ocupar o tempo quase perdido no congestionamento.
Um ser feminino senta ao meu lado. A descrevo deste modo por não
lembrar suas características e feições, e principalmente, porque as
pessoa parecem morrer nos autocarros. Mas quando passamos daquela
camada de tez, poderemos ver grandes Sinfonias, grandes mundos. Estão
todos cansados dos próprios vermes em seus putrefatos corpos, mas
estes vermes causam o péssimo odor que faz atrair os seus alimentos
diários, os corvos, que por vez destes, os tornam fortes como a neve.
Desculpe-me interrompê-la, aprecies isto e voltes até mim:
http://www.youtube.com/watch?
v=m9yTzwe710U
O ser feminino chega ao seu ponto de parada, no qual, muitas pessoas
também costumam esperar o seu transporte. Bom rapaz que sou, retiro-me
de minha cadeira para a senhora não ter problemas com minha enorme e
colossal mochila com grossos livros. Neste ínterim, um cavalheiro, no
limiar da fase adulta penso eu, aproxima-se para tomar posse da
cadeira, que nestes dias de congestionamento são muito desejados pelas
pernas. Ele parecia estar fazendo pisar naquele autocarro em tão
pouquíssimo tempo.
A senhora vai-se sem agradecer. Mas não importo-me ao ver aquela face
em minha frente que, apesar de não ser de beleza apolínica,
encantou-me. Não posso compreender os mistérios todos na vida. Talvez
porque ainda não sou humano o suficiente, sou mais animal com
instintos emocionais do que humano cósmico transcendental. Estas
atrações instantâneas que nos ocorrem parecem-me estar além de nosso
entendimento e de nossa consciência biológica-psicológica. Somos
presos à eles como múmias faraônicas em seu bálsamo eterno.
Entre tantos ruídos nada melódicos e buzinas no congestionamento, pude
ouvir a sua voz falar-me, mas não compreender-me. De modo que faz-me
pensar que ele disse "que foi boy?" Meus ouvidos estavam concentrados
em sua face, então, faço pensar que ele provavelmente disse "Eu
posso?", pois logo após a imemoriável e incerta frase gramaticalmente
correta, ao menos disto tenho certeza (mas como posso ter certeza que
a frase pronunciada por sua boca e arquitetada por sua Área de Broca
pode estar gramaticalmente correta se não posso ter certeza do que
falou-me ele?), expressei um sorriso em que aperta-se as partes
superiores e inferiores do lábio, pondo as extremidades esquerda e
direita um pouco confusas quanto a direção dele na cara, um ponto que
diferencia as expressões de tristeza e a sorridentemente alegria,
também ocultando os dentes incisivos que são os sóis dos sorrisos para
muitas das pessoas. Um altruísta sente-se feliz ao ver o Sol nos olhos
negros de alguém sorrindo.
Talvez, estava eu, ocultado meu sorriso feliz por encontrar uma cara
viva entre as faces mortas. Sua cara era vermelha (então ele gosta
mesmo do clima no Recife?), nada tão visceral é quanto ver o sangue na
cara de quem tu amas. Céus! Oh, céus! Eu amo um desconhecido. Como sou
perverso!
Voltando ao sorriso ocultador de incisivos e sentimentos, enquanto
fazia-o, dei-lhe o cadeira ao lado da janela com um gesto licenciador
da mão esquerda apontando para a cadeira um pouco abaixo de meu
abdômen. Expressa seus sentimentos com uma palavra; após, senta-se na
cadeira com o meu mesmo sorriso, porém um pouco mais hesitante.
Nem uma das bocas das faces mortas, em nem um dia sequer, comentou à
mim, um desconhecido, sobre a chuva e as soluções do para o
congestionamento com tanta humanidade. Comentou à mim, uma das coisas,
que naquele momento, eu comentaria para alguém, mas por repressão
mesmo, não comento, falou das criança sonolentas com suas mães nestes
transportes. Ele também não compreende o motivo de as pessoas terem
preferência em fechar as janelas para sentirem-se numa chaleira
fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e úmida das gotículas de
água, que despedaçam-se para longe de seus amores no quebrar do vento,
que faz bater velozmente no autocarro.
Ele decidi abrir a janela e sentir a brisa fria e úmida das gotículas
de água despedaçantes à longínquos pontos de seus amores no quebrar
dos ares, fazedor de velozes batidas em o autocarro, e pergunta-me se
aquilo faz-me ter desagrado; então respondo após segundos de tensão
que aquilo está perfeito.
O congestionamento o deixou sem vontade de ócio, o que fá-lo desejar
acessar seu correio eletrônico. Mas a conexão estava péssima naquele
dia chuvoso, o que o faz distrair-se para os lados e perceber que eu
olhava atentamente para a tela do celular. Ele faz rir e comentar que
uma colega sua passaria em Recife, mas não o visitaria. "Pode isso?"
Disse-me. Ele tenta acessar o YouTube, mas a página estava em inglês e
pergunta se eu posso ler e traduzir. Faço-o, mas ele faz desistir.
Céus! Magno foi o instante em que descobri que seu nome é A. ao
reler seu endereço de E-mail enquanto tentava logar novamente.
Eu não sei o que poderia ocorrer se eu o falasse olhando em seus
olhos. Eu sempre tentava fitar em nada, e respondia aos seus sorrisos
mais leves e delicados que as madrugadas, onde as estrelas tornam-se
penas para fazer-nos rir de nossa triste comédia.
Vai-se o tempo. Ele fecha a janela; mas depois disse-me que se sente
numa saúna (achei bom ele não ter-me perguntado se não me sentia
também), então abre-a; a chuva para enquanto aproxima-se o meu
destino. Neste tempo, descubro que ele é casado e possui uma filha,
então sinto-me imoral. Sinto-me tanto que desta vez fito os seus
olhos.
Volta a chover e ele faz anuncio que seu destino aproxima-se, pois
pretende pegar um outro transporte opcional para o aeroporto. Oh,
Céus! Os meus tambores sentimentais começam a tocar num ritmo mais
marcante, pois dou-me a saber que ele descerá exatamente em meu
destino. Além disso, ele não parece ser recifense. Pois aqui, os atos
urbanos não matam a natureza.
Fiz pensar que aquele estava sendo um instante raro em que uma
preciosa pessoa, por acaso, faz-me ter sentimentos tão agradáveis.
Tornou-se impossível não deixar-se ir com as últimas gotas de água que
caíam das árvores nos jardins dos edifícios para a terra agora
molhada. Eu deveria mostrar-se, ao menos, um pouco mais simpático.
Ele retira seu guarda-chuva após anunciar que está chegando ao seu
destino; segundos após retiro o meu. Ele era um enorme guarda-chuva, o
que faz A. o fazer uma observação incomum, mas que eu também
faria: "São desproporcionais." Eu não posso resistir a rir muito com
ele e assentir com pouca dificuldade à sua observação.
Então, de súbito, pede licença e levanta-se, eu sabia que também
estava chegando ao meu ponto, mas decidi deixá-lo levantar-se; pedir a
parada e ir à porta traseira do autocarro. Ele estava a alguns passos
atrás de mim, então ri silenciosamente todos aqueles risos, que não fiz em
sua presença. Eu sabia que estava arrependido e não pretendia mesmo
estar ao seu lado na partida.
Quando chegamos ao nosso destino, esperei ele descer do autocarro para
levantar-se cadeira e descer também. A chuva tornou-se torrencial
naquele momento e em segundos, ao descer do autocarro, pude vê-lo com
dificuldades para abrir o guarda-chuva (eu o abri agilmente em três
segundos).
Olho para trás e digo a mim mesmo ao vê-lo olhando-me também partir:
"Que belo ser! Sua desconfiança em eu tê-lo enganado na tradução
certamente revela que, talvez, ele teve uma decepção. Foi com sua
esposa? Ela o destruiu?..." Interrompo os pensamentos pois sentia-me
novamente imoral. Farei meu rumo. Fi-lo, mas absolutamente absorto no
que ocorreu.
Nos diálogos do fim de dia com minha mãe, ele pergunta-me as novidades
e invento toda uma história de uma tal garota que conheci de volta
para casa. Minutos depois da expressão de felicidade de minha mãe por
ver que o filho está sendo "normal", sinto-me muito melancólico.
Durante as duas semanas que passam, desmotivo-me de tudo, pois ele sequer
soube meu nome. Ou a minha mãe não sabe o meu nome?Sim.
Com sentimentos,
Unillimes
P.S.: Não revisei nada, lamento pelos erros ortográficos.
Idealizadores e idealizadores carecentes costumam sempre ter atitudes como a que eu tive tempos atrás no autocarro com um rapaz. Pessoas com essas características também tornam-se frequentemente sorumbáticas. O texto em sequência é uma compilação dum correio eletrônico enviado a uma confidente amiga. O que está escrito demonstra como são esses tais idealizadores mencionados já.
..., 19 de Abril de 2012.
Querida C.,
Decidi. Apenas estive decidindo. O que decidi? Escrever-te sobre
coisas quaisquer. Eu pretendo te contar alguns ocorreres nos fluídos
de meu tempo. A água que flui em meu rio do tempo é quase negra, como
os rios dos manguezais do Recife. Por vezes, encontro-me com a água
azulada do mar, então venho a tornar ser esta mistura com o céu escuro
estrelado e com a atmosfera noturna iluminada pela luz lunar tímida.
Escrevo-lhe tudo isto enquanto aprecio os pianos trios em forma-sonata
do compositor tcheco Jan Ladislav Dussek.
[...]
Ao voltar da Escola de Artes, estava no autocarro. Este esteve sendo
um dia interessante. O senhor do sebo sorriu-me enquanto punha em
minha mão um livro de literatura luso-brasileira. Ainda disse, tirando
o livro quase preto de pó de baixo dum
monte Olimpo de livros : "Tem Miguel de Cervantes. Muito bom. Ninguém
vê, ai ninguém leva." "Ele poderia presentear-me com este livro." —
Penso enquanto reciproco-o com igual sorriso na cara. Além disso,
parece-me que mim diz a memória que foi neste mesmo dia uma senhora
chamada F. cujo último nome lembro, cumprimentou-me ao ver minha
humilde pessoal sentado abaixo de uma árvore a ler um livro. Quando
largamos, pude ver os outros educandos nos vendo a conversar e a rir e
pensando: " O que ela tem de melhor? Ele tá sempre sozinho, e agora
depois de semanas está rindo com alguém tão enrugada quanto..."
Por fim. Voltando à noite no autocarro, do qual, posso fazer um
trajeto "X". O meu trajeto de noite é o
retorno. Neste noite, não tive inspirações para novos escritos, não
decidi começar e não terminar uma nova composição para dois violinos e
decidi não fazer teste de concentração no congestionamento ruidoso ao
tentar ler um dos vários livros que fazem ocupar espaço em minha
colossal e enorme mochila. Não era um dia comum, pois chovia muito.
Eu não entendi porque as pessoas preferem fechar as janelas para
sentirem-se numa chaleira fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e
úmida da gotas de água da chuva, que são despedaçadas para longe de
seus amores no quebrar do vento, que bate no autocarro com velocidade.
Gosto de observar a tragédia humana, portanto, costumo sentar ao lado
da janela. Neste dia, não houve sequer um universitário para sentar
ao meu lado com livros de engenharia robótica em língua inglesa, ou
adolescente que inventam jogos aparentemente inocentes mas macabros
para ocupar o tempo quase perdido no congestionamento.
Um ser feminino senta ao meu lado. A descrevo deste modo por não
lembrar suas características e feições, e principalmente, porque as
pessoa parecem morrer nos autocarros. Mas quando passamos daquela
camada de tez, poderemos ver grandes Sinfonias, grandes mundos. Estão
todos cansados dos próprios vermes em seus putrefatos corpos, mas
estes vermes causam o péssimo odor que faz atrair os seus alimentos
diários, os corvos, que por vez destes, os tornam fortes como a neve.
Desculpe-me interrompê-la, aprecies isto e voltes até mim:
http://www.youtube.com/watch?
v=m9yTzwe710U
O ser feminino chega ao seu ponto de parada, no qual, muitas pessoas
também costumam esperar o seu transporte. Bom rapaz que sou, retiro-me
de minha cadeira para a senhora não ter problemas com minha enorme e
colossal mochila com grossos livros. Neste ínterim, um cavalheiro, no
limiar da fase adulta penso eu, aproxima-se para tomar posse da
cadeira, que nestes dias de congestionamento são muito desejados pelas
pernas. Ele parecia estar fazendo pisar naquele autocarro em tão
pouquíssimo tempo.
A senhora vai-se sem agradecer. Mas não importo-me ao ver aquela face
em minha frente que, apesar de não ser de beleza apolínica,
encantou-me. Não posso compreender os mistérios todos na vida. Talvez
porque ainda não sou humano o suficiente, sou mais animal com
instintos emocionais do que humano cósmico transcendental. Estas
atrações instantâneas que nos ocorrem parecem-me estar além de nosso
entendimento e de nossa consciência biológica-psicológica. Somos
presos à eles como múmias faraônicas em seu bálsamo eterno.
Entre tantos ruídos nada melódicos e buzinas no congestionamento, pude
ouvir a sua voz falar-me, mas não compreender-me. De modo que faz-me
pensar que ele disse "que foi boy?" Meus ouvidos estavam concentrados
em sua face, então, faço pensar que ele provavelmente disse "Eu
posso?", pois logo após a imemoriável e incerta frase gramaticalmente
correta, ao menos disto tenho certeza (mas como posso ter certeza que
a frase pronunciada por sua boca e arquitetada por sua Área de Broca
pode estar gramaticalmente correta se não posso ter certeza do que
falou-me ele?), expressei um sorriso em que aperta-se as partes
superiores e inferiores do lábio, pondo as extremidades esquerda e
direita um pouco confusas quanto a direção dele na cara, um ponto que
diferencia as expressões de tristeza e a sorridentemente alegria,
também ocultando os dentes incisivos que são os sóis dos sorrisos para
muitas das pessoas. Um altruísta sente-se feliz ao ver o Sol nos olhos
negros de alguém sorrindo.
Talvez, estava eu, ocultado meu sorriso feliz por encontrar uma cara
viva entre as faces mortas. Sua cara era vermelha (então ele gosta
mesmo do clima no Recife?), nada tão visceral é quanto ver o sangue na
cara de quem tu amas. Céus! Oh, céus! Eu amo um desconhecido. Como sou
perverso!
Voltando ao sorriso ocultador de incisivos e sentimentos, enquanto
fazia-o, dei-lhe o cadeira ao lado da janela com um gesto licenciador
da mão esquerda apontando para a cadeira um pouco abaixo de meu
abdômen. Expressa seus sentimentos com uma palavra; após, senta-se na
cadeira com o meu mesmo sorriso, porém um pouco mais hesitante.
Nem uma das bocas das faces mortas, em nem um dia sequer, comentou à
mim, um desconhecido, sobre a chuva e as soluções do para o
congestionamento com tanta humanidade. Comentou à mim, uma das coisas,
que naquele momento, eu comentaria para alguém, mas por repressão
mesmo, não comento, falou das criança sonolentas com suas mães nestes
transportes. Ele também não compreende o motivo de as pessoas terem
preferência em fechar as janelas para sentirem-se numa chaleira
fervendo chá cigano a sentir a brisa fria e úmida das gotículas de
água, que despedaçam-se para longe de seus amores no quebrar do vento,
que faz bater velozmente no autocarro.
Ele decidi abrir a janela e sentir a brisa fria e úmida das gotículas
de água despedaçantes à longínquos pontos de seus amores no quebrar
dos ares, fazedor de velozes batidas em o autocarro, e pergunta-me se
aquilo faz-me ter desagrado; então respondo após segundos de tensão
que aquilo está perfeito.
O congestionamento o deixou sem vontade de ócio, o que fá-lo desejar
acessar seu correio eletrônico. Mas a conexão estava péssima naquele
dia chuvoso, o que o faz distrair-se para os lados e perceber que eu
olhava atentamente para a tela do celular. Ele faz rir e comentar que
uma colega sua passaria em Recife, mas não o visitaria. "Pode isso?"
Disse-me. Ele tenta acessar o YouTube, mas a página estava em inglês e
pergunta se eu posso ler e traduzir. Faço-o, mas ele faz desistir.
Céus! Magno foi o instante em que descobri que seu nome é A. ao
reler seu endereço de E-mail enquanto tentava logar novamente.
Eu não sei o que poderia ocorrer se eu o falasse olhando em seus
olhos. Eu sempre tentava fitar em nada, e respondia aos seus sorrisos
mais leves e delicados que as madrugadas, onde as estrelas tornam-se
penas para fazer-nos rir de nossa triste comédia.
Vai-se o tempo. Ele fecha a janela; mas depois disse-me que se sente
numa saúna (achei bom ele não ter-me perguntado se não me sentia
também), então abre-a; a chuva para enquanto aproxima-se o meu
destino. Neste tempo, descubro que ele é casado e possui uma filha,
então sinto-me imoral. Sinto-me tanto que desta vez fito os seus
olhos.
Volta a chover e ele faz anuncio que seu destino aproxima-se, pois
pretende pegar um outro transporte opcional para o aeroporto. Oh,
Céus! Os meus tambores sentimentais começam a tocar num ritmo mais
marcante, pois dou-me a saber que ele descerá exatamente em meu
destino. Além disso, ele não parece ser recifense. Pois aqui, os atos
urbanos não matam a natureza.
Fiz pensar que aquele estava sendo um instante raro em que uma
preciosa pessoa, por acaso, faz-me ter sentimentos tão agradáveis.
Tornou-se impossível não deixar-se ir com as últimas gotas de água que
caíam das árvores nos jardins dos edifícios para a terra agora
molhada. Eu deveria mostrar-se, ao menos, um pouco mais simpático.
Ele retira seu guarda-chuva após anunciar que está chegando ao seu
destino; segundos após retiro o meu. Ele era um enorme guarda-chuva, o
que faz A. o fazer uma observação incomum, mas que eu também
faria: "São desproporcionais." Eu não posso resistir a rir muito com
ele e assentir com pouca dificuldade à sua observação.
Então, de súbito, pede licença e levanta-se, eu sabia que também
estava chegando ao meu ponto, mas decidi deixá-lo levantar-se; pedir a
parada e ir à porta traseira do autocarro. Ele estava a alguns passos
atrás de mim, então ri silenciosamente todos aqueles risos, que não fiz em
sua presença. Eu sabia que estava arrependido e não pretendia mesmo
estar ao seu lado na partida.
Quando chegamos ao nosso destino, esperei ele descer do autocarro para
levantar-se cadeira e descer também. A chuva tornou-se torrencial
naquele momento e em segundos, ao descer do autocarro, pude vê-lo com
dificuldades para abrir o guarda-chuva (eu o abri agilmente em três
segundos).
Olho para trás e digo a mim mesmo ao vê-lo olhando-me também partir:
"Que belo ser! Sua desconfiança em eu tê-lo enganado na tradução
certamente revela que, talvez, ele teve uma decepção. Foi com sua
esposa? Ela o destruiu?..." Interrompo os pensamentos pois sentia-me
novamente imoral. Farei meu rumo. Fi-lo, mas absolutamente absorto no
que ocorreu.
Nos diálogos do fim de dia com minha mãe, ele pergunta-me as novidades
e invento toda uma história de uma tal garota que conheci de volta
para casa. Minutos depois da expressão de felicidade de minha mãe por
ver que o filho está sendo "normal", sinto-me muito melancólico.
Durante as duas semanas que passam, desmotivo-me de tudo, pois ele sequer
soube meu nome. Ou a minha mãe não sabe o meu nome?Sim.
Com sentimentos,
Unillimes
P.S.: Não revisei nada, lamento pelos erros ortográficos.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
O concerto da Orquestra Sinfônica do Recife foi cancelado. Mas eu não vou à aula de inglês. Eu domino a lição que a professora lecionará hoje. Além disso, não haverá aula nos próximos dois dias, que unificando com o fim de semana, poderá resultar em ótimos quatro dias de estudos musicais, ingleses, muito documentário e estudos para a semana de avaliação na próxima semana. Sobre a aula de inglês perdida: eu posso repor com outro turma que está na minha mesma lição.
Agora quero assistir um documentário sobre qualquer assunto relacionado à cosmologia com pudim; depois, eu posso terminar de ler o livro de Lispector.
Não posso esperar pela hora de ler o Livro do Ano na Minha Estante.
Eu achava que meu dia seria péssimo. Todo este pensamento começou quando na ida à escola, percebo, já no autocarro, que esqueço o dinheiro da tarifa. Fiquei inexpressivo quando dei-me conta disto. Então, um bondoso senhor, que preferiu não revelar seu nome, decidiu salvar minha vida pagando minha tarifa. Além de agradecê-lo com muitos "Obrigado! Muitíssimo obrigado, senhor!", disse-lhe que só Deus poderia pagá-lo. É raríssimo que minha pessoa diga-o, já que sou absolutamente cético nestas "questões divinas". Penso que este comportamento pode ser explicado com meu sentimento de desconcerto com a sociedade que vivo. Sou humanista e altruísta, gosto de pensar no que outras pessoas pensarão ou como hão de reagir. Este meu sentimento de desconcerto, faz-me pensar que a visão das pessoas acerca de mim é de amoralidade. Como a maioria das pessoas na sociedade são crentes, isto é, possuem crenças em alguma divindade sobrenatural que rege o cosmos, tento ser componente do grande grupo adotando atitudes que fazem condizer com seus conceitos, suas características, seus fundamentos. Isto demonstra a insegurança que tenho em mim mesmo e como tenho autoestima decadente.
É melhor voltar para o documentário e ao pudim.
Dies Irae
Escrito por Clarice Lispector e publicado no Jornal do Brasil a 14 de outubro de em 1967.
É assim que me senti ontem, é assim que sinto-me hoje.
Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão com vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige,.E quem gosta de nós quer que sejamos algumas coisa de que eles precisam.Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece. E nem ao menos posso fazer o que um menina semiparalítica fez em vingança: quebrar um jarro. Não sou semiparalítica. Embora alguma coisa em mim diga que somos todos semiparalíticos. E morre-se, sem ao menos uma explicação. E o pior — vive-se, sem sem ao menos uma explicação. E ter empregadas, chamemo-las de uma vez de criadas, é uma ofensa à humanidade. E ter a obrigação de ser o que se chama de apresentável me irrita. Por que não posso andar em trapos, como homens que às vezes vejo na rua com barba até o peito e uma bíblia na mão, esses deuses que fizeram da loucura um meio de entender? E por que, só porque eu escrevi, pensam que eu tenho que continuar a escrever? Avisei a meus filhos que amanheci em cólera, e que eles não ligassem. Mas eu quero ligar. Quereria fazer uma coisa definitiva que rebentasse com o tendão tenso que sustenta meu coração.
E os que desistem? Conheço uma mulher que desistiu. E vive razoavelmente bem: o sistema que arranjou para viver é ocupar-se. Nenhuma ocupação lhe agrada. Nada do que eu fiz me agrada.E o que eu fiz com amor estraçalhou-se. Nem amar eu sabia, nem amar eu sabia. E criaram o Dia dos Analfabetos. Só li a manchete, recusei-me a ler o texto do mundo, as manchetes já me deixam em cólera. E comemora-se muito. E guerreia-se o tempo todo. Todo um mundo de semiparalíticos. E espera-se inutilmente o milagre. E quem não espera o milagre está ainda pior, ainda mais jarros precisaria quebrar. E as igrejas estão cheios dos que temem a cólera de Deus. E dos que pedem a graça, que seria o contrário da cólera.
Não, não tenho pena dos que morrem de fome. A ira é o que me toma. E acho certo roubar para comer. — Acabo de ser interrompida pelo telefonema de uma moça chama da Teresa que ficou muito contente de eu me lembrar dela. Lembro-me: era uma desconhecida, que um dia apareceu no hospital, durante os quase três meses que passei para me salvar do incêndio. Ela se sentara, ficara um pouco calada, falara um pouco. Depois fora embora. E agora telefonou para ser franca: que eu não escreva no jornal nada de crônicas ou coisa parecida. que ela e muitos querem que eu seja eu própria, mesmo que remunerada para isso. Que muitos têm acesso a meus livros e que me querem como sou no jornal mesmo. Eu disse que sim, em porque eu também gostaria que fosse sim, em parte para mostrar a Teresa, que não me parece semiparalítica, que ainda se pode dizer sim.
Sim, meu Deus. Que se possa dizer sim. No entanto neste mesmo momento alguma coisa estranha aconteceu. Estou escrevendo de manhã e o tempo de repente escureceu de tal forma que foi preciso acender as luzes. E o outro telefonema veio: de uma amiga perguntando-me espantada se aqui também tinha escurecido. Sim, aqui é noite escura às dez horas da manhã. É a ira de Deus. E se essa escuridão se transformar em chuva, que volte o dilúvio, mas sem a arca, nós que não soubemos um mundo onde viver e não sabemos de nossa paralisia como viver. Porque se não voltar o dilúvio, voltarão Sodoma e Gomorra, que era a solução. Por que deixar entrar na arca um par de cada espécie? Pelo menos o par humano não tem dado senão filhos, mas não a outra vida, aquela que, existindo, me fez amanhecer em cólera.
Teresa, quando você me visitou no hospital, viu-me toda enfaixada e imobilizada. Hoje você me veria paralítica e muda. E se tento falar, sai um rugido de tristeza. Então não é cólera apenas? Não, é tristeza também.
Escrito por Clarice Lispector e publicado no Jornal do Brasil a 14 de outubro de em 1967.
É assim que me senti ontem, é assim que sinto-me hoje.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
É fato que não tenho uma ótima relação com o meu pai. Meus responsáveis legais, que também são meus pais biológicos, são divorciados e a distância que possuo de meu pai por morar com minha mãe fez contribuir para não termos uma boa relação. Mas hoje foi o dia da iniciativa: hoje foi o meu dia, chega de ser passivo!
Li um E-mail na minha caixa de mensagens acerca do tempo de estudos em inglês, isto me despertou para a organização do horário de minhas atividades. Eu preciso revê-lo. Apesar de ser exímio em inglês, estudo apenas na semana da prova na Instituição de Ensino que o estudo. Entretanto, tenho outros métodos de estudo como ler textos em inglês durante o dia a dia, ler artigos em inglês, escrever textos em inglês, e isso faz com que por vezes eu faça olhar os livros da Instituição de Ensino. Minha pontuação mais baixa até hoje foi 92, mas ainda preciso rever meus horários de estudo de Inglês (agora eu penso que não só de inglês mas igualmente música).
A Fada Madrinha da minha vida encontrou R$2 no bolso de minha calça. Eu o pus no dinheiro do intercâmbio, ou da Universidade no Exterior se os meus planos de fazer intercâmbio financiado pelo governo demonstrar-se absolutamente errado.
Descobri durante a aula que é o meu professor de Filosofia que possui problemas, provavelmente autoestima decadente, segundo minhas teorias.
Mas agora preciso ir, passei uma parte do meu horário de almoço escrevendo cá e, não obstante, precisarei em breve ir ao Teatro. Eu desejo chegar cedo para tocar a minha segunda composição. É um dueto para violino que provavelmente chamar-se-á "A Atmosfera Terrestre". Mas ainda terei muito o que ver, já que a minha primeira composição dos tenros tempos obscuros chama-se "A tragédia dos Alienados" e eu ainda não possuo aptidão para interpretá-la.
sábado, 2 de junho de 2012
Lago Léman, entre a Suíça e a França. |
Após a aula particular, encontrei o E. Vi-o através do autocarro, já que o metrô está em greve por cá! Então decidi falar com ele.
Ocorrerá um importante evento que muito seria do interesse dele. E ele foi. A melhor parte foi que eu percebi sua ansiedade ao falar comigo, além disso, ele pegou na minha mão deliberadamente num momento da conversação na qual não era necessário enquanto falava que começou a escrever dois artigos científicos. Isto foi o suficiente para não sentir-me exaurido por toda a noite.
Então, apreciei a Julia Fischer não só ao violino mas ao piano também. Ela executou um concerto para violino do compositor francês Camille Saint-Saëns e um concerto para piano do norueguês Edvard Grieg. Era belo como ele fazia envolver-se com a cerne estética e metafísica das composições em sua virtuose.
Mas, em esta hora, escuto o segundo movimento do Concerto para Violino de P. I. Tschaikowsky. Todas as vezes que o aprecio fico a imaginar ele e seu possível amante Iosef Kotek a compô-lo e a executá-lo num arranjo para violino e piano às margens do lago Léman. Quiçá, num dia eu escreva algo inspirado nos romances desse russo compositor.
Iosef Kotek (1855- 1885) com Tschaikowsky à direita, fotografado em 1877. |
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Chegarei atrasado na aula particular de violino. E cheguei atrasado na escola também, o que não é uma atitude conveniente para uma representante de ( ou melhor, vice-representante) sala. O bom foi que depois, ouvi comentários que estou trabalhando mais do que a própria representante.
Mas voltando ao assunto de chegar atrasado na aula de violino. Não continuar escrevendo pois chegarei atrasado. Durante à noite hei de falar acerca disto.
Mas voltando ao assunto de chegar atrasado na aula de violino. Não continuar escrevendo pois chegarei atrasado. Durante à noite hei de falar acerca disto.
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