sábado, 25 de agosto de 2012

     Em casa, finalmente.
     
     Eu estou muito aliviado por essa semana estar a se findar hoje mesmo. Ela fora impregnada de tensão, ansiedade e interrogações.

     Para o fim de semana, eu realmente não pretendia sair de casa. O motivo está em meus estudos e aventuras literárias: desejo dar uma revisada geral no inglês em que estive aprendendo durante 1 ano e seis meses, estudar muito meu violino, ler livros e escrever. Mas, como eu escrevera, agora só posso dizer "pretendia".
     Há uma pianista nova na minha agenda pessoal de contatos. O outro fato para a mudança de "pretendo" até "pretendia" é que eu possuo muitos agradecimentos a expressar para ela. Nada melhor que um jantar, estou certo? Quase certo. Um jantar é a melhor atividade para esse gênero de situação. Eu vou ao tal jantar, ela merece muito e a minha mãe insiste.

     Ganhei dois novos professores de violino numa única semana. Antes eu possuía dois professores, mas agora o número de educadores duplicou. Isso é bom! O primeiro é do gênero feminino e está a graduar-se na UFPE — na verdade, formar-se-ia este ano se a Universidade não estivesse em greve. Quanto ao segundo, é do gênero masculino, o vi em algum concerto mas não pessoalmente e fui super indicado para ele pelo meu primeiro professor particular. Parece que essa indicação valerá por um desconto no preço das aulas: :]
     A única parte difícil de estudar com quatro professores distintos é a diferença marcante no modo de ensinar e os hábitos técnicos que cada um possui e tenta passar para o aluno. Por exemplo, segundo meu primeiro professor particular de violino, o meu mais novo professor toca com as pontas (quase com a unha) dos dedos de tanto estudar cordas duplas, mas eu fui instruído para tocar com os dedos levemente deitados sobre a corda. Atualmente, estou estudando cordas duplas, então estou a adaptar-me ao novo modo. Mas eu não tocarei quase sempre desse modo como o meu mais novo professor. O problema maior é quando o método pedagógico de algum professor é inflexível com outro método, por exemplo, alguns diriam que um hábito diferente que não prejudica o desenvolvimento técnico está absolutamente errado. É como afirmar que música atonal é horrível e imprestável ou dizer que a maior parte da arte contemporânea é desprovida de beleza estética. Nenhuma das afirmações estão certas ou erradas, portanto são cousas relativas cuja percepção delas depende do olhar do observador.

     Faltam 30 dias para o meu aniversário de 16 anos. Presentes? Eu aceito que são poucos, mas especiais. Pequenino, pode ser uma margarida. Mas é necessário ser uma margarida escolhida ou cultivada com carinho.
     Um abraço e carinhos durante todo o dia fazem bastar. Mas eu adoro livros, e recentemente estive presenteando-me. O que muito diferente de antes, quando eu achava que não merecia presentes. Hoje eu até pergunto se  alguém há de me dar presente de aniversário, mas antes eu não sentia importância de ser presenteado.
     O meu primeiro presente de aniversário fora comprado hoje por mim mesmo: "O Banquete" de Platão e "Os Sofrimentos do Jovem Werther" de Goethe. Eu possuía o segundo livro numa edição diferente da postada no link, mas ele está com outro pessoa e fora do país.
     Mas o melhor presente que me dei hoje foi estar apreciando crianças animadas, felizes e saltitantes conhecendo pontos turísticos do Recife. Esses presentes do acaso são sempre os melhores.

      Vou terminar de escrever o poste do dia 23 de agosto.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A Garota Sonhadora e o Primeiro Beijo

    Ao vigésimo dia deste mês eu escrevi um poste, mas a natureza não permitiu terminá-lo. Salvei-o como rascunho, então eis o início do que seria um poste:

     "É pelo motivo de ainda preservar os ideais deste blogue que escrevo este poste.

     Hoje, o professor ajudou-me a realmente fazer o discurso a partir de " A Pedra Verde na Música de Luiz Gonzaga e o Mundo". Ele fora muito importante para por ordem em minha criatividade anarquista. Está tudo indo muito bem, e não é naturalmente.
     Como Clarice Lispector ao escrever para o Jornal Brasil ..."

     Eu não faço memória mesmo para continuar a expressar aqui o que eu falaria de Clarice Lispector. Tudo indica que eu explicaria as origens do novo título do blogue e os motivos que levaram-me a criar o Reflectere. Logo, eu falaria  d'uma petiz de Cabo Verde — disso eu lembro mesmo.

     Após alguns descobrimentos que mudaram meu humano, faço outra descoberta.  Ela é exatamente essa: De Passagem. Não é uma grande descoberta, mas é como descobrir uma pequena cratera na penumbra do pólo sul da lua. O blogue não foi de todo excepcional, o que realmente o foi esteve na descoberta de um vídeo postado pelo autor do blogue, o(a) Marte. Esse é o vídeo:

     
     Molho a cútis de água salgada facilmente. Porém, eu não a molhei dessa vez. Foi bizarro — e "foi bizarro" é pouco para mim, mas por vezes é necessário tomar um ar na superfície do mar. E é o que eu faço agora. O problema é o medo de mergulhar fundo depois. Mas isso superamos. Juntos superaremos. —, foi muito bizarro! A minha mãe viu o vídeo comigo e molhou a cútis. Foi nesse momento que não senti-me humano, enquanto sentia silenciosamente as dores da garota.
     "Qual é a paisagem sob o céu rosa escondido dentro daquele tímido e sorumbático olhar?" — indaguei-me absorto.
     Eu ainda não descobri. Mas a minha mãe, que tem sempre  magnas ideias, acabou por ter uma após um momento de distração com os papéis sobre a mesa do computador.
...
Desculpem-me... É que escrever apreciando música tornou-se um hábito úmido e gosmento, isto é, necessário para a vida de escrever. Fiquei com vontade de apreciar música antiga, especialmente a grega. Então eu decidi que esse disco da Ensemble Melpomen seria o ideal. Voltando à garota...
     Minha mãe pensou em encomendar um magnífico bolo rosa e solicitar uma entrega para a tal garota sonhadora.
     Continuei em silêncio e ele dizia: " Mãe, como eu tenho orgulho de ti!"
     De fato, antes de dormir arrependi-me por não ter expressado em som o que meu silêncio queria dizer. Como pude? 
     Naquele mesmo dia, antes de sair de casa, disse-me ela que sentia muito orgulho de mim.
     Eu não pensei em expressar o orgulho que sentia por ela, não mesmo, e não entendo o motivo. Não obstante disso, fiz expressar assentimento com a ideia e prometi pesquisar acerca d'ela e encontrar meios para a realização do sonho da "Garota Sonhadora". É meu dever.
     Quando em criança, eu sempre quis ajudar a humanidade de algum modo. E tinha o sonho de falar mais  línguas do que o João Paulo II. Hoje, sei eu que poderei chegar aos 30 anos falando no mínimo 8 línguas. Ainda guardo muitos sonhos de infância, um deles é ter uma enorme biblioteca e convidar pessoas que gostam de ler mas não possuem dinheiro para comprar tantos livros. Mas há um maior, um sonho tão grande que não cabe na cabeça de todos os animais pensantes do planeta: levar a música erudita sinfônica para as crianças dos pontos remotos desse grande pedaço de rocha. E, por fim, sonhei algo novo recentemente: passar os meu últimos dias de vida numa tribo indígena e morrer ser humano, após a minha longa jornada existencial num deserto que eu chamo de "Vida".
     Sou um assíduo observador, sinto as pessoas e noto suas idiossincrasias que fazem-me, de algum modo, descobrir o mundo. Entretanto, sou tão tímido quanto o personagem de Clayton Froning no curta Park Bench que o Cesinha postou em seu blogue no começo do mês e isso faz retardar qualquer gênero de evidente reação minha para as atitudes das pessoas. Essa tal introspecção faz-me, em tempos de tomar ar na superfície do mar com pétalas de rosas brancas, ter medo de ir fundo onde a correnteza deseja levar-me.
     E parece que tudo hoje está levando-me para um assunto perseguidor de mentes leves no ar sobre o mar com pétalas de rosas brancas: o primeiro beijo.
     Eu nem queria falar acerca d'ele... Na matina, ao ler o blogue da Evana Ribeiro deparei-me com um poste sobre o primeiro beijo. Mais tarde, no intervalo da escola de meus estudos acadêmicos regulares a vice-representante de turma perguntou-me se o meu primeiro beijo já ocorreu. Eu disse que não, sem ruborizações. Ela fitou-me como para candidatar-se, então eu prontamente respondi que eu não poderia beijar a minha vice-representante de sala. Foi o fim para ela. Quando, enfim, durante a noite, o tema "primeiro beijo" persegue-me na aula de inglês. Então: "É verdade que eu nunca parei para pensar acerca de como ele será? " 
     É verdade, eu nunca beijei ninguém. Nunca senti os lábios de algum outro ser humano — se tartarugas possuem lábios, então eu já beijei a Nicole quando em criança —, apesar de já tê-los descrito de modo parcial em Bolhas de Papel. E Ainda descrevo um pouco o amor em Non Ti Scordar Di Me. O fato é que, ao ver o manuscrito em um dos meus fichários, posso dizer que eu os escrevi aos 13 anos de idade. Não pode ser, aos treze anos escrevi acerca d'algo que agora sinto-me embaraçado ao escrever novamente.
     Após a aula de inglês, eu tomei uma atitude que mudaria o meu pensar acerca do meu primeiro beijo.
     Eu cumprimentei a Evana Ribeiro; bebi uns seis copos de água e prometi para ela que faria um poste acerca de seu booktour. Ela ficou surpresa em saber que eu tinha um blogue. Na verdade, eu  já tive um outro blogue. Ele era acerca de Astronomia.      Em casa, eu volto ao blogue dela pra — aqui eu sou influenciado pelo modo suave de escrever que a Evana Ribeiro tem — pegar as informações ao meu poste; a página sobre e desce; não resisto e leio novamente o poste acerca do primeiro beijo.
     Eu não sei quando ele será. Mas há de ser especial, e também há de ocorrer naturalmente. Além de tudo isso, o que eu mais desejo é que ele faça durar para sempre como o beijo que a Evana Ribeiro descreveu.
     Em sequência, transcrevo o poste Promessa é dívida da Evana, que é uma escritora excelente e incomum em meio ao estilo dos escritores "perrnambucanos":
     "Ainda mais quando você se promete a alguém. Hoje, mexendo em uns livros e vídeos antigos, parei para lembrar daquele dia que ficou registrado na fita número 3 da Nadia.
Havíamos completado 8 anos há pouco mais de uma semana e estávamos, minha irmã e eu, brincando com nossos presentes no playground do prédio onde vivíamos com mamãe e nosso padrasto. Nadia tinha ganhado uma câmera de vídeo. Eu, um par de patins. E a gente ficava lá a tarde inteira depois da escola inventando história para fazer filmes, novelinhas, essas coisas... Para assistir a tudo mais tarde.
Nosso filme daquele dia era inspirado na novela das 8: a mocinha havia sido prometida contra a vontade dela a um garoto filho de família amiga; mas o coração dela queria pertencer a outro rapaz etc. Aquela novela que todo mundo já viu. A mocinha era eu. O meu "noivo arranjado" era o primo Nikolai, que tinha vindo passar um mês com a gente. Nossas mães eram Nadia e Natalia, a irmã mais velha do Niko, que já era uma aborrecente mas ficava com a gente porque alguém tinha que ficar de olho.
E Daniel era o mocinho que vinha roubar meu coração que, no filminho, estava amarrado a uma promessa. Ele não estava na brincadeira, só para constar. Daniel era então namorado da nossa irmã postiça, Isabel; e eu suspirava por ele toda vez que ele ia lá no prédio para ver Isabel.
Eu mal tinha completado 8 anos; ele tinha completado 23 uns dias antes do meu aniversário.
Quando Dan saiu do elevador e cruzou o play, a gente estava fazendo uma cena em que a minha mocinha se lamentava pelo destino de casar sem amor. Nessa hora ele passou e quase estragou a brincadeira dizendo "oi, turminha". Mas eu, sabe-se lá como, qual foi o impulso, levantei do banquinho e fui até ele.
- Daniel, posso te dizer um negócio?
- Fala, Tininha.
- Quando eu crescer, a gente vai se casar.
Obviamente, ele riu. Eu era só uma menina de 8 anos que ele via patinar no playground dia sim, dia não; eu era só a irmãzinha bebê da namorada dele. Uma namorada com quem ele vivia brigando, e rompendo, e reatando... Ele riu, passou a mão nos meus cabelos e foi embora num fusca verde-garrafa. Para ele, tinha sido uma coisa de pirralha que seria esquecida assim que eu cruzasse o portão da escola no dia seguinte e visse o garoto mais bonito da sala. Para Nana, era uma cena muito bem filmada. Para mim, era a promessa mais séria já feita.
O tempo passou, aquela fita acabou e foi para a estante, outras vieram para nossa enorme coleção, crescemos e completamos 15 anos. Ele completava 30 uma semana antes e, no dia do baile de debutante, foi meu príncipe - pedido meu, e ele, que há uns seis anos já não é mais meu cunhado postiço, aceitou prontamente.
Meia-noite e meia, saímos do salão.
- Você tá muito linda. A fila de pretendentes deve estar bem grande, né?
- Bem, depende do referencial. - eu ri.
- Lembra que um dia você disse que a gente ia se casar? Eu ia acabar quebrando a cara com esse monte de moleque correndo atrás de você...
- Mas eu lembro! Tô espantada é de você lembrar.
Nisso eu olhei para o chão, meio envergonhada como toda adolescente fica quando a lembram das besteiradas da infância. Devo ter ficado vermelha também, mas isso a maquiagem abafou.
- Te vendo agora, lembrei.
Dan tocou meu queixo, me fez olhar pra ele e sorriu. Parecia dizer com o olhar que estava disposto a cobrar a promessa. Foi assim o meu primeiro beijo.
Uma história para contar para os filhos, não? Foi o que disse a ele na noite do casamento, seis anos depois do primeiro beijo. Para minha irmã, disse que aquele filme da fita número 3 tinha sido o melhor já feito, porque não tinha acabado junto com a fita."   22/08/2012

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

     Ontem foi um dia especial. Hoje está sendo um dia especial. Amanhã será um dia especial. A semana está especial. E a percussão sinfônica de meu coração indica que há mais pessoas especiais na minha vida. O mundo está especial... e estranho. É! Não usarei pormenores, perdoem-me. Há dois postes no rascunho, mas transgrido a ordem pois esse é um especial poste.
     Ontem foi aniversário d'alguém muito especial para mim. Apesar de eu passar o dia todo sem tempo e  sem ter possibilidades para fugir só um pouquinho de meus compromissos, eu pensei o dia todo nela — não permitem sair do Teatro no meio da aula —. Aliás, é sempre bom pensar na querida Clair. Faz bailar com as estrelas quem pensar nela.

     Minha querida, és a superfície intocável das pétalas de rosas brancas. Desejo para você tudo por mais o que eu já tanto lhe desejei. Mas hoje, a iluminação é especial e por isso a desejo para ti.

      Eu ainda estou com o desejo de ouvir a voz dela agradecendo-me as congratulações. Mas estudar música não é fácil, de modo que só pude ficar com a voz dela no sonho — a voz e as mãos são muito importantes para mim —. Por ora, ao menos.
     O meu presente chegará atrasado, mas há de chegar. Enquanto isso, podes apreciar a nossa música. Lembras da nossa música?

     Podeis apreciar muito bem a música. Para vós ela também é. Sim, ela é especialmente para vós também. Pois esse blogue tornou-se especial.

     Falta um dia e  amanhã é "O Dia". Só fiquei um tanto triste pois o pianista achou o meu arranjo para piano e violino de Pagode Russo em Sol Menor difícil demais para ser executado. Tudo bem, pois eu sempre tenho repertório de salvamento.

     Apreciem:

     
     Boa apreciações, minha querida:
     Tenham um bom dia!
     Tenhas um bom dia minha querida!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

"... cada homem tem, no seu espírito, uma parte que é conhecida por ele mesmo e pelos outros; tem outra que os outros desconhecem e ele conhece — e, com essa, ele  mantém um pacto de vida e de morte, através do qual jamais revela a ninguém; finalmente, tem uma parte que é subterrânea e obscura para ele mesmo e para os outros — e essa corresponde, talvez, a 99% do todo." — Ariano Suassuna citando o irmão Marcos Suassuna, que é médico interessado em Biologia e Psicologia, na introdução do livro " A História de Bernarda Soledade — A Tigre do Sertão" escrito por Raimundo Carrero.

Tenham um bom dia!

domingo, 19 de agosto de 2012

Eu desejo duas cousas nesse exato momento: não passar da trigésima página em minha carta ao meu professor e viajar para as cidades de Florentia, Venezia, Roma, Verona e San Gimignano.

A Paixão Segundo G.H., "A Pedra Verde na Música de Luiz Gonzaga e o Mundo" e Peer Gynt

     À apreciação da música incidental Peer Gynt do compositor norueguês Edvard Grieg com a Estonian National Symphony Orchestra, cuja citada obra é uma musicalização duma peça teatral de cinco atos do dramaturgo moderno norueguês Henrik Ibsen. Só a aprecio e escrevo, vou deixar análises para depois. Digo, antes de dizeres que não conheceis a obra, que vós a conheceis mui bem. E eu hei de provar no final do poste.
     
     Eu não deveria estar cá, pois estava a terminar de ler A Paixão Segundo G.H. de Clarice Lispector. Mas eu desejei escrever   um pouco, então...
     Esse é um livro que deixou-me com um espanto infantil estrondoso de mudez e uma certa consternação, e talvez até senti-me exasperado no primeiro contato chocante com a nova realidade que a escritora abordava. Antes de lê-lo achava-me humano, primitivamente humano. Mundano, celeste e necessário. Mas Clarice, mais uma vez, transgrediu-me e fez-me transcender. Perdi-me pela encanação do prédio; desorganizei-me e morri. E por morrer é que estou vivo escrevendo para vós. Bom, outro dia eu o resenho para vós, já que eu sequer terminei de lê-lo.
     Por fim, assim como minha amiga, a Geovana Germano, que disse que eu deveria lê-lo o quanto antes possível, me convencendo com a sua narração do limiar irreal e ilógico da estória de Lispector, digo para vós que esta é uma leitura altamente recomendável. Aliás, ela é uma leitura altamente recomendável principalmente para aqueles que já possuem alma formada.

    É entre a Literatura e a Música onde eu vivo. Uma começa quando a outra termina, respectivamente. De modo natural, um bom compositor, assim acredito, deve dominar ambas. Eu trabalho e estudo para dominá-las, é um de meus objetivos finais enquanto organismo vivo neste planeta.
     Como já falara aqui, a 23 de agosto farei uma apresentação na câmara municipal. É a segunda vez que sou convidado, ou seja, um honra para mim. Como parte da preparação do repertório, eu estava a fazer um arranjo para piano e violino d'algumas músicas do conterrâneo Luiz Gonzaga, já que irei honrar a arte armorial por lá no centenário desse artista "perrnambucano". Eu irei falar algo, claro, antes de minha apresentação.

"Que tal fazer um discurso antes de apresentar os músicos que hão de me acompanhar?" — pensei.

     Após ter pensado no discurso, tive a magna ideia de transcrever uma redação da verificação bimestral de aprendizagem que fugiu das regras estruturais — meu professor diz que sou rebelde e anarquista escrevendo e compondo, então o céu para mim está na prática da obediência ao escrever e compor — que fugiu das regras estruturais para um discurso. Isso é algo como " eu sou bom em poesia, mas preciso melhorar no poema", segundo disseram-me.

     Agora, ao retirar o rascunho da redação, que foi o primeiro, de meu fichário tento analisar qual o título que dei eu para ela. Olho atentamente para a margem superior da lauda procurando o título, mas encontro apenas a anotação do número de linhas disponibilizados na verificação de aprendizagem: "27 linhas".
     Revirando o baú mental, posso quase ter certeza que o título era " A Pedra Verde na Música de Luiz Gonzaga e o Mundo", então fiquem com "A Pedra Verde na Música de Luiz Gonzaga e o Mundo — por divino obséquio, comente se pensares nalgum novo título — :

     " Luiz Gonzaga representa, ao mesmo tempo que é festivo e noturno em sua obras, o âmago e a cerne da alma nordestina não só para o Brasil, mas outrossim ao mundo.
     Nós sabemos o quão exímio foi ele em sua arte, e isso fê-lo mostrar além das vivacidades festivas das terras de cá. Ele foi um artista cujo apogeu musical vivenciou o estabelecimento da soleira do templo do Movimento Armorial de Ariano Suassuna, onde as artes eruditas e populares bailavam juntas e onde o divino e transcendental  faziam bailar com o humano e o visceral. Isso, sem dúvida, o influenciou e o fez  mostrar o quão verdes são as nossas pedras, que nas bandas de cá existem em  excesso.
     A prova da influência do eruditismo, algo que o eleva para outro patamar,  em suas obras está na mudança de tons, de Sol Menor para Lá Maior, como exemplo, que brotam inúmeras vezes nas músicas compostas por ele e Humberto Teixeira  a partir da década de 50, quando era germinado o Movimento Armorial. Apenas ótimos compositores fazem essa proeza de mudança de tom numa música em prol da harmonia. A crítica social em ABC do Sertão é outra prova da influência do modernismo erudito, que vê a arte com propósitos sócio-estéticos.
     Ele faz tornar mundial sua música em Pagode Russo em Sol Menor, onde o motivo do tema principal é inspirado, mesmo que inconscientemente, em populares músicas das noites  russas czaristas  em bordéis, que também inspirou o grande compositor russo Tchaikovsky, a obra do último citado, por sua vez, muito relacionou-se com as pinturas abstratas de Kandinsky.
     O erudito Rafael Garcia diz que ele é um dos maiores compositores entre os eruditos e populares da música nacional. Eu digo que ele quebrou nossas pedras verdes e espalhou pelo mundo, ele fez a Terra da Pedra Verde ganhar o mundo.  Amém!"

     É, ao escrevê-la novamente vejo que preciso fazer algumas modificações e também noto que viajei alguns séculos escrevendo-a. 
     Deu para notar o repertório? Ainda terá Chanson Triste de Tchaikovsky (a interpretação do link com o Bratza é minha favorita).

     Pararei por cá mesmo. Amanhã escreverei acerca do X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda e do BookTour da Evana Ribeiro.

     Acho que não é só hora da prova, é hora da evidência. Com vocês, Morning Mood da obra incidental para orquestra sinfônica composta por Edvard Grieg:

sábado, 18 de agosto de 2012

"A vida pré-humana divina é de uma atualidade que queima." — Clarice Lispector em A Paixão Segundo G.H.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

     Eu não quero dizer a palavra. Ah!, não procrastiná-la-ei para outro parágrafo, ei-la: Voltei!
     O motivo para não desejar dizê-la cá é que já a disse tantas vezes esta semana. É isso: o mundo vê-me como "sumido". Mas é na minha invisibilidade no mundo que acho-me, pois enquanto eu estava invisível no mundo vosso eu estudava e achava-me no meu. E porque achei-me é que estou aqui para dizer "Voltei!". Há um segredo, um segredo que apenas eu sei para não perder-se nas invisibilidades: não deixai vossa água sair pela encanação do prédio. Sem ela, não viverás. É tua essência, sempre, quando estás invisível ou não.

     Voltarei a estudar, agora.

     De madrugada haverá o poste prometido.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

     Até poderia escrever um "grandioso" poste exatamente já, mas estou exaurido. Passei a noite escrevendo um arranjo para violino e piano que não fora concluído e que me deu muito trabalho. Só espero ser reconhecido na apresentação do dia 23 de agosto. Céus! Faltam 9 dias e eu só escrevi 9 compassos da parte do piano. Ao menos tenho toda a música em minha mente.
     Vejo nos músicos que se apresentarão nesse dia uma dificuldade de encontrar repertório que sintonize com o nível técnico deles, mas o meu problema é outro: são incomensuráveis as possibilidades  para o meu repertório (eu já estou pensando em acompanhamento de orquestra). Tenho definida uma música, farei o seu arranjo para piano e violino, preciso organizar minhas partituras e expressar o que eu desejo ou acabarei fazendo parte da apresentação de todo mundo. Repetindo: antes de quarta-feira eu preciso ter feito o arranjo para piano e violino (pois é a minha música principal que deverá ser tocada nos três turnos), ter contatado o pianista e ter deixado a música dos outros grupos pronta para concentrar-me na minha apresentação.

     Nesse momento de organização pessoal,  planejamento semanal, adiamentos de compromissos e preocupações eu tenho tempo para falar do que pretendo tratar no próximo poste. Ele será acerca de Luiz Gonzaga, X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda e tudo o que eu lembrar que considero importante. Só não falo dele agora pois em sete minutos será a quinta hora do dia 14 de agosto de 2012 e nesse momento eu preciso organizar todos os meus livros, que são muitos, e objetos pessoais para o longo dia que nasce.

Até mais,
Herr Limes.

domingo, 12 de agosto de 2012

     Eis uma prévia da descrição de como foi o X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda em Dó Maior feita por Cayo, que ficou pertinho de mim numa das apresentações no concerto de encerramento dos alunos e professores, o único que infelizmente pude presenciar:




     Um fantasma da "Blogsville" impediu-me de mudar o endereço deste blogue, então continuará como esse. Ao menos, penso assim, há de preservar a origem e os ideais do blogue.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Fotografias do concerto da Orquestra Sinfônica Jovem no Teatro Santa Isabel, X Encontro de Música Antiga de Recife/Olinda, Novo Endereço

     Eu só comentei que foi de arrepiar. Ainda não descrevi e nem contei as histórias da noite, quando ocorreu o concerto com a Orquestra Sinfônica Jovem do CPM, e as minhas estórias do que vejo no mundo. Não falei das emoções que senti junto com a plateia e também não falei do meu companheiro de concerto no segundo piso do Teatro.
     Apesar de tudo, eu consegui as fotos. Alguns amigos meus aprecem nelas, enquanto eu estou na escuridão do segundo piso. Vejam-na:






     Mas não acaba, pois os quatro primeiros meses do segundo semestre do ano são culturalmente agitadíssimos em Recife/Olinda. Então, que venha o X Encontro de Música Antiga Recife/Olinda:


     Bom, o endereço do blogue será atualizado, como combinado, ao dia 11 de agosto de 2012.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

     Está tudo a ocorrer bem. Não vi o Alexandro no autocarro ontem, mas pude pensar em qual será a minha atitude na próxima vez. Pensei que a minha tez expressará o "esquecimento do inolvidável".
     Hoje haverá concerto da Orquestra Sinfônica Jovem do Conservatório Pernambucano de Música no Teatro Santa Isabel. Eu não iria, então eu li o programa na publicação avulsa acerca de seu circuito sinfônico e percebi que teria P I. Tchaikovsky. Pensei... Decidi que vou. Valerá a pena em parar algumas horas de estudos musicais para ir a um concerto. Segue-se o programa e a primeira música dele, que fez-me pensar em ir ao concerto, pois faço arrepiar-me toda vez que a aprecio:

Piotr Ilich Tchaikovsky
Marcha eslava

Joseph Haydn
Concerto para Trompete em Mib Maior
Allegro
Adagio
Allegro
Solista: Josias Adolfo Jr.

Sivuca
Concerto Sinfônico para Asa Branca
Solista: Júlio César

José Ursicino da Silva
(Maestro Duda)
Tributo a Luiz Gonzaga "O Rei do Baião"

Maestro Convidado: Alfredo Barros


     E claro, em breve, muito breve, hei de falar para vós acerca dessa música acerca.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O visual, Aventuras Quânticas no Transporte Público Brasileiro, Per Aspera ad Astra

     Fizeram notar o novo visual? Sim, claro. É devido a um livro que li antes de começar a escrever neste blogue. Ainda não fiz resenha dele pois foi Clarice Lispector quem o escreveu. E eu a como, sinto-a e a digestão demora dias, mas por vontade própria, pois só se ler ela assim. Quem leu o livro descobrirá por uma lembrança da capa que será trazida pelo novo plano de fundo do blogue, sem citar o novo título, que fala absolutamente tudo, descartando até o plano de fundo inexato. Também pretendo trocar o endereço do blogue em cinco dias para "adescoberdomundo.blogspot.com".
     Eu pensei em escrever este poste e falar acerca do Alexandro, do qual eu já tratei aqui. Ocorram-me muitas coisas incríveis e também assaz deprimentes na última semana, de 29 a 5 de agosto. Eu o vi pela primeira vez, como descrevi no link citado, a 17 de abril de 2012, após o crepúsculo numa noite chuvosa. Pensei, após enviar meu correio eletrônico para minha amiga e ler sua resposta, que o eu esqueceria. Mas após o crepúsculo de 31 de Julho de 2012, numa noite chuvosa, eu o vejo entrar no ônibus e sentar no lado direito do autocarro, onde eu também estava e onde era o lado oposto donde nos sentamos juntos pela primeira vez. Fitamo-nos, lembramos de nós dois, era a prova que sentimos algo naquele dia.
     Entretanto, eu não quero continuar, pois não estava em minhas pretensões ir tão profundamente no meu escrito acerca do "ocorrido de carência". Descrevi objetivamente — há bem mais subjetividade e psicologia do que possam imaginar —, houve muitas emoções, idiossincrasias e outros gestos peculiares que observei. Eu tremi, fiquei extasiado e parei de ler um artigo acerca de mangas. Nos excitamos, ele me sentiu a algumas cadeiras além de mim e eu o senti. Fechamos as janelas ao mesmo tempo e também olhamos concomitantemente para a criança que chorava. Houve muitas outros pequenos ocorridos nesse magno acontecimento. Mas eu desisti e pretendo fazer de Alexandro nada mais que um personagem em minhas estórias. Ele há de ser meu eu lírico no mundo real, eu o sentirei enquanto escrever, e ele será meu eu lírico no mundo em que criarei. Então, ele me abandonará nas "Aventuras Quânticas no Transporte Público Brasileiro" e continuará existir noutros contos meus. Talvez ele me pertença na vida real, se não, estou conformado desde já. Resigno-o com paciência mansa de árvore secular. Paro aqui, pois como já disse meu escritor francês favorito, Guy de Maupassant, "a memória é um mundo mais perfeito que o Universo".

     Hoje conversei com o maestro L. T.,  incrível como em algumas horas conversas nos tornamos íntimos, amigos e fraternais. O propósito de nossa conversação era apenas tratar de assuntos acadêmicos acerca de meus futuros estudos noutras instituições. Foi tudo marcado e houve toda aquela solenidade de início de conversa entre pessoas que não se conhecem. Ele namora o T. S., que me indicou para ele, o L. T. É um casal lindo! Se tiverem lendo-me saibam mais uma vez que os congratulo e desejo muita iluminação, paz, amor e sucesso ao relacionamento.
     Mas a cerne da conversa e o que cá anseio expor não está em nada do que falei, está nas lembranças que trouxe-me ela. Uma delas, fez-me retornar para quando eu tinha quase 14 anos, quando também escrevi um conto que até hoje leio em vertigem. Eu o escrevi numa biblioteca e publiquei ano passado no sítio virtual (Autores.com.br). Ele chama-se Per Aspera ad Astra, leiam-no:

   "Defronte ao grande Abismo Lacrimoso de obscuridades, estava desamparadamente sedento. Ele, sobretudo, no grande abismo flutuava com contrariedade à gravidade, realidade e razão. “Per Aspera Ad Astra”, — sussurravam os Seres Sussurrantes iluminados, híbridos e presos na obscuridade do Lacrimoso. Entretanto, suas luzes escuras eram de tanto offuscatio que as sombras imperavam Nele. No profundo isolamento, sentia vibrações. Pareciam-me altas notas. Cujas provinham Dele, feixes de luzes iluminavam todo o meio do diferente ser de túnica, que através desta, parecia-me esconder alguma desintegração, enigmático e taciturno. Observou-me, não aos olhos. Sempre imaginei que já sabia de minha presença. Algo portentoso havia dentre seus pulmões pulsantes de ar. Não podia vê-los, mas senti-los. De alguma forma, Ele fazia-me saber disto.
     As vibrações oscilavam. Eis que as Musas avisam-me, não a física palpável, a identidade das vibrações: “Ode an die Freude” — murmurava-me à mente. Bizarramente, apenas após disto dei-me a ver suas faces de expressivas alegrias. Já despido, Elysium diferentes de outrens, oscilava na Quasi una Fantasia.

      Observou-me, desta vez, com seus ofuscantes olhos sombrosos que me cativaram e aprisionaram-me. Então, senti liberdade infinita: os olhos d’aquele ser penetraram os meus.

     “Oh, amado Ludwig! As estrelas virão para ti, com o meu amor sem fim.” — Cantarolava para mim, que já estava beirando a inconsciência, em tom melódico. Havia em mim apenas a neutralidade.
      “E das sombras de teu coração emanarão nossa eterna comunhão” — retrucava-O.

     A Ode dos Seres Sussurrantes tornava-se mais alta ao ponto de que uma vasta sombra saia dentre os pulmões de Elysium. Os firmamentos em tom vermelho abalaram-se. Buracos Negros e Buracos Brancos colidiram-se criando tudo que há de perfeito, pérolas, rosas e morangos no céu. A Ode dos Seres Sussurrantes tornou-se apogética a uma crispação até às escuridões do abismo enquanto inconscientemente dançava de forma irreal com Claudius e a Donzela, adormeci.

      Agora havia gravidade, realidade, razão o bastante e o abismo de luzes sombrosas tornou-se o mais perfeito Abismo Lacrimoso de sombras iluminadas e obscuridades esclarecidas. Por fim, despido e “integrado”, Elysium trouxe-me às profundezas do perfeito abismo, onde agora Deus e Satã com mãos entrelaçadas, vieram, assim como os anjos e demônios, a cerimônia bailar.  Flutuando, com um único gesto, guiou-me da beira do abismo aos pés dEle. Tudo Nele era tão ofuscante que em poucos instantes encheu-me de sombras. Pasmaram-se todos ao verem a minha luz sobressaída a todos os deuses e demônios e Seres Sussurrantes. Deus sentiu-se humilhado e condenou todos os amistosos demônios e anjos ao fogo eterno.

     Pairo no vácuo impulsivamente sobre todos enquanto uma guerra jorrava fogo atrás de mim. Eis que torno-me o Deus sol e todo o sangue, desesperanças, desventuras, desilusões, fomes e pestes cessam-se quando do sedento ao apaziguador torno-me. Mas este não era meu objetivo após o desfecho das objeções. Da mesma forma que pairei à cima, desci ao meu amado enquanto os Seres Sussurrantes reprimidamente sussurravam ao som de tambores, flautas e harpas: “Per Aspera Ad Astra.”

      Olhei nas profundezas de seus olhos negros, e falou-me à mente: “Oh, amado Ludwig! As estrelas vieram a ti, com o meu amor sem fim.”

“E das sombras de teu coração emanaram nossa eterna comunhão!..., meu Elysium.” — Retruquei-lhe beijando-o. Após, abraçamo-nos, damo-nos as mãos e como as estrelas das sombras perfeitas mostramos ao cosmos e a todos os deuses, demônios e Seres nossa perfeição e do nosso amor enquanto saíamos do abismo ao bailar das cintilantes estrelas.
     Eternamente amei-o e ele amou-me. Compus estridentes e catárticas composições amorosamente sutis e do nosso leite que alimentava nossa pequenina Hypatia nasceu as voluptuosidades da elegante Via - Láctea, que desta, por sua vez, proveio as sombras iluminadas: a vida e os humanos.

Ofegantemente inspirou e expirou.
— Eis aí, humanos! — falou o mendigo em tom arrogante para o guarda que o acordou pedindo para sair defronte da Grande Biblioteca Nacional de Quimerolândia.
— Saia já daí moribundo! — Gritou em tom extremamente arrogante.
— Arruínem-se, arruínem-se todos vós, destruidores de sonhos! — Respondeu ao guarda assentindo a ordem de retirar-se do local: berço da Quimerolândia."
     
     Também começarei a por títulos nos postes e organizar marcadores, mas ainda manterei a inexistência pública da opção de seguir este blogue.


     Cesinha, leio seu blogue desde o segundo dia deste ano. Já comentei como Herr Limes meses depois de teres escritos muitos dos teus postes só por introspecção e timidez mesmo. Posso não comentar, mas acompanho o desenrolar do drama de sua vida. Sucesso, caro rapaz!
     Margot, acompanho seu blogue desde julho e ainda não o segui por motivos inconscientes. Gosto de ver o mundo e a sensibilidade dalgumas pessoas nele, eu vejo isso no que escreves e vejo nos comentários de seus postes também. E seu blogue também é remédio quase tão bom quanto escrever. Iluminação e paz, cara Margot!
     Eu não imaginava ter ninguém aqui comentando, e por isso o nome era Reflectere, pois servia apenas para mim. Mas agora estou começando a aceitar que se escrevo, escrevo para o mundo. É a dor de quem tem filhos. Agradeço a quem esteve acompanhando as lágrimas de nascimento dum bebê.


Grande abraço,
até a próxima!

domingo, 5 de agosto de 2012

     Ele é boliviano, fala espanhol e português, não toca Tchaikovsky bem, ele não destaca as notas que deveria no concerto para violino em Ré maior do citado compositor russo e ainda desafina. Eu preciso dele para um feedback, será que o tal boliviano entenderá meu português mundano, linguisticamente falando? Ao menos estudou em um dos melhores conservatórios da América Latina.
     
     Sou exigente e busco a perfeição em tudo o que eu faço, consequentemente, acho defeitos e imperfeições em mim por demais, sou sempre insuficiente e menor, o que leva-me para a introspecção algumas vezes. Atualmente, eu posso falar algumas vezes por minha recente socialização simpática com o mundo.
     Apesar de tudo isso de que falei, há duas coisas de que me orgulho: Poder sentir cada detalhe de uma música e extasiar-me com isso e por compreender que apesar de minha vida ser um erro sem ela, eu posso viver sem a música. Ela pode ser substituída por filosofia, literatura, pintura, arquitetura, astronomia, física quântica e cous'outras do cotidiano que fazem-me feliz. Eu confesso que sentirei muitas saudades dela, mas como a música  não é o meu melhor insubstituível, poderei adaptar-me ao mundo sem ela.
     A música não é nada sem as partículas e sem os sentidos de máquinas complexas — nós, os seres humanos — que não percebem a realidade de fato assim como o cosmos permaneceria inexistente sem o pensamento reflexivo das complexas máquinas e o cosmos também continuaria a existir inexistente sem o pensamento reflexivo das tais máquinas complexas.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

     Dizer que ele foi lindo não é o suficiente. A Orquestra fora aplaudida cada vez que um movimento terminava e o florista, de tão emocionado, entrou no palco a entregar o ramalhete para a spalla no fim do terceiro movimento da Sexta Sinfonia de Tchaikovsky com quatro movimentos.



domingo, 29 de julho de 2012

     Como prometera eu, postarei as resenhas dos livros de minhas jornadas literárias para compartilhar um pouco conhecimento convosco. Mas antes, gostaria de compartilhar o programa do último concerto da temporada das Sinfonias de Tchaikovsky da Orquestra Sinfônica do Recife — a mais antiga Orquestra Sinfônica ainda em atividade do Brasil.
Cá está ele:
     A última apresentação, onde pudemos apreciar um concerto para violino de Bartók e a Quinta Sinfonia de Tchaikovsky,   deixou-me extasiado, arrancou-me lágrimas e meu professor estava ao meu lado; depois fiquei vertiginoso como os ventos desejavam meu cabelo, levantando-os aos ares do Recife marítimo.  
     Ficamos no primeiro piso, e no segundo piso havia uma moça que gravou o último movimento da tal sinfonia. O vídeo só está disponível para quem possuir o link, e como não sou experiente na chamada "blogosfera", apenas postá-lo-ei aqui: http://www.youtube.com/watch?v=l09irTGIGAA. Deleitem-se!

Charmed Life (Vida Encantada), na edição inglesa.
     O livro resenhado de hoje é um infanto-juvenil escrito por Diana W. Jones e lançado em 1977, Vida Encantada. Mas antes que faças torcer o nariz, a Diana W. Jones muito influenciou a J.K. Rowling em sua famosa série Harry Potter, que ocupou muito o tempo de minhas imaginações de petiz. Além disso, uma mente bem preparada poderá notar questões mais sóbrias ao ler o livro. Eu o escolhi por um motivo transitório como este blogue, eu passei uma tarde nublada muita deliciosa lendo-o. É sempre bom ler livros apenas por diversão, eu recomendo.
     Como falara, as resenhas não foram escritas com a pretensão de serem publicadas — e todas elas continuarão sendo escritas do mesmo modo ou como se não houvesse essa pretensão de não publicá-las. Então, sem mais delongas, leiam a resenha:

     "Após exatamente um ano e um dia do óbito de D. Wynne Jones, que lutou até seus últimos momentos contra o câncer, estou a resenhar um de seus livros. Será  lamentoso não presenciar a celebração de sua vida e trabalho no St. George's Brandon Hill em Bristol, U.K., ao vigésimo segundo dia do quarto mês do calendário gregoriano.
     Não são poucas as razões motivadoras de meu lamento por esta escritora britânica do gênero fantasia para crianças e adultos.
     A narrativa sobre a vida dos crestomancis (magos possuintes de nove vidas que governam mundos diversos e distintos) em universos paralelos, onde as várias possibilidades físicas das ocorrências na realidade são concretizadas nos universos múltiplos, não ridiculariza a inteligência da criança lendo a história.
     Vida Encantada é o primeiro livro duma série de sete livros escritos por D. W. Jones, onde Eric (ou gato, como é conhecido) e sua irmã Gwendolen vivem em um mundo paralelo ao nosso em que a magia o subjuga mais que a própria matemática. Órfãos, são amparados por Christofer Chant, o grande mago com nove vidas, e passam a ter residência em seu castelo. Gwendolen é uma garota prodígio em magia, mas porque canaliza-a de seu irmão, que sendo tímido e gentil vive às sombras  de sua irmã Gwendolen e tem profunda certeza que nunca poderia ser efetivo com sequer um simples feitiço.
     Crestomanci, ao impor regras proibindo o uso de magia por crianças, faz Gwendolen sentir-se subestimada.
      Quando as tentativas da irmã de Gato em chamar a atenção de C. Chant falham,  causando aborrecimentos para Julia  e Roger, filhos de Crestomanci, e a todos no Castelos ela decide, sem hesitação, partir para outro mundo onde fosse admirada e venerada, enviando uma sobressalente para o mundo de Crestomanci.
     A partir daí,  várias outras ocorrências farão despertar em Gato seu potencial furtado por mentes egoístas e desumanas, além de revelar muitos mistérios apresentados durante a narrativa acerca da relação entre os mundos paralelos.
     'Os Mundos de Crestomanci' é um buraco de minhoca elegante que liga a física moderna pré-gênesis com a fantasia e a arte da escrita de Diana Wynne Jones, que fez a escritora J. K. Rowling, mundialmente conhecida,  encontrar em suas ideias uma boa inspiração para o desenvolvimento da saga Harry Potter.
      É um bom livro com genial elaboração que qualquer um pode ler para passar o tempo na hora do chá solitária, ou ainda não."


    Acho que finalmente precisarei usar tags e títulos em alguns de meus postes aqui.

sábado, 28 de julho de 2012

     Acabaram-se os dias úteis, por  fim. Mas os dias "inúteis" que são tão úteis quanto os úteis dias começaram. Em algumas horas haverá ensaio da Orquestra Sinfônica e estou a preparar-me para ele. Parece-me que haverá um concerto-aula na segunda-feira, porém eu tenho aula na Escola de Artes e um outro concerto da Orquestra Sinfônica do Recife para  apreciar. Acredito que o maestro entenderá que não há tempo suficiente para preparar uma declaração justificando minha ausência na Escola de Artes.
Robot Visions de Isaac Asimov
     Essa semana, comecei a ler Visões de Robô de Isaac Asimov. É o segundo livro que leio de sua autoria e, como sempre, estou tão animado que até o levei para a latrina comigo. Isso deu-me uma ideia: penso, já, em escrever cá as resenhas dos livros meus. Eu não as escrevo com a pretensão de publicação, claro. Mas penso que seria interessante compartilhar o conhecimento que tenho adquirido nas minhas jornadas literárias.
     Eu devo ter contado uma história de carência recentemente, mas agora eu tenho outra inteiramente moderna onde eu novamente sou o protagonista.
     Já eu preciso ir, mas eu não esquecerei de postar resenhas e minha meta de leitura para 2012.