Que vizinhos deveras festeiros! Quanto ruído! Gostaria de estar a estudar música, mas então tive uma ideia: tentar entender minha caligrafia de manuscritos antigos e passá-los para a máquina.
Eu devo ter falado algum dia que estou a compilar meus escritos e a produzir mais deles para que no próximo ano consiga publicá-los. Eu sonho!
Esse sonho começou quando minha professora de língua portuguesa disse que eu poderia ser o membro mais novo da Academia Cabense de Letras.
De fato, divirto-me com títulos como "A História de Vêz" ou "Prólogo Soliloquial dum Educando Individual de Filosofia".
Agora, encontrei algo. O nome do escrito é "Círculo: Título Realmente sem Título". Ele é uma daquelas coisas que se encontra em estupefação e descrença pelo que se vê. Indago-me: realmente escrevi isto? Céus! Eu tinha 14 anos quando o escrevi e estava no intervalo da escola. Falo um pouco da minha sexualidade no final, eu estava em conflito comigo mesmo. Foram bons tempos de grandes descobertas. Leiam-no:
Estou e não estou. Sub-existo, assim como meu espaço, que meu nada é. Tudo e nada importa numa lógica ilógica que, sobretudo, sempre é lógica. Mas a nossa lógica ocular não é capaz de entender. O quê? Sei lá! Minha escrita é inconsciente. Sei que sub-existo neste círculo, vácuo, espaço tão cheio, mas tão inóspito e..., digamos..., qual a palavra mesmo? Ah, "circuloso". Mas voltando ao assunto, vocês, celuloses, provavelmente observaram a minha distração de espírito. O que é espírito? Falo espírito de espírito mesmo e não espírito. Pare Inquisitividade! Desejo voltar ao assunto e ponto, mas não este ponto, esse.
Agora é o verbo ser, pois a minha distração de espírito cansou-me — insisto —, Pare! O que eles pensarão? Bom, mas voltando ao assunto celulose. O que eu sou? Para resumir? Tudo bem. Estou no intervalo e quero aproveitar este breve espaço de tempo para ler. Mas quem quer saber, não é mesmo? Ah, quem me dera se ela soubesse: loucura consumível alheia. Ah, se elas soubessem, ou melhor, se eles soubessem que eu sou essa Sinfonia de Marcianos do Absoluto de Nada.
quantas interrogações para um jovem de 14 anos.
ResponderExcluirtenho tido sorte com os meus vizinhos, não fazem festas. os do direito têm uma neta de 4 anos e é só brincadeiras, a do esquerdo chega de madrugada.
e que género de músicas estudas?
O gênero é música erudita. Meu instrumento musical é o violino e a especialização é em violino barroco.
ExcluirÉ a sua primeira visita por cá? Sejas bem-vinda, minha cara.
muito obrigada, faço minhas as tuas palavras no meu canto.
ExcluirPassei para te deixar um abraço
ResponderExcluir:)
Um grande abraço para ti, meu caro! Um dia desses hei de passar no teu canto. Até a próxima!
ExcluirMas que delícia ler um blog tão bem escrito! Adorei e voltarei mais vezes!
ResponderExcluirAbração
Sérgio, estou feliz por sua apreciação ao que escrevo. Grande abraço!
ExcluirAh... que pena que não tenha mais nenhum escrito antigo meu...
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