Quinta hora do quarto dia de Outubro. Vou fazer um lanche, depois de ler um correio eletrônico. Eu o li já várias vezes. Não canso-me de lê-lo.
Passei a noite estudando, ou melhor, o dia. Extasiava-me enquanto tocava escalas de três oitavas ao som da chuva noturna. Som de água caindo mais o som de meu violino só pode resultar num intenso orgasmo em mim, rsrs.
Estou sem sono.
Estava muito desanimado. Durante a vespertina do dia anterior, chorei ao abrir minha agenda de compromissos. Tudo lembrava-me a pessoa que há sete dias que sequer escuto a voz.
À noite, tudo muda. Como não gosto de celulares, acabo perdendo-os. Nesse período do dia, achei o meu celular que estava perdido. Na tela inicial dele, pude notar que havia vinte e três chamadas não atendidas. Liguei para o número e soube que era o G., desesperado por não ter contato comigo a alguns dias.
Conversamos e conversamos. Comentamos sobre a Lua. Vimos e nos encantamos juntos com um meteoro a queimar na atmosfera terrestre. Sentimos o encantamento um do outro apenas pela agitação e euforia da voz; depois falamos acerca da pessoa que não fazia mostrar-se existir a alguns sete dias. O G. demonstrou sentir minha aflição. Antes do fim da conversa, marcamos de assistir a uma récita, A Flauta Mágica de Mozart, no domingo. Fomos embora, então, numa despedida calorosa e que parecia nunca acabar.
Tudo muda. Até sinto-me um tanto mais animado. Sinto-me mais animado, apesar dos pesares. Quando isso acontece, seleciono umas músicas e as aprecio profundamente.
Voltando ao correio eletrônico do primeiro parágrafo. Postarei um pequeno trecho que sempre entra em meus recentes e aflitos pensamentos:
"...a palavra é bruxaria nas ásperas mãos das pessoas. A abstração da palavra revela cruamente vergonhas celestiais e também traz maná dos céus aos famintos."
Faz um bom tempo que gostaria de postar trecho d'outro correio eletrônico. Ocorreu que a pessoa que deveria lê-no nunca, de fato, o fez. Eu dediquei muitos minutos escrevendo-o. E então, para que ele não ficasse ao nada, decidi postá-lo cá.
O trecho do correio trata de dicas musicais. Tais dicas, agora, hão de ser dadas a vós. Antes, desculpem-me pela marcação branca do texto e pelos possíveis erros que encontrarão no texto transcrito — eu nunca o li depois de escrito. Vejam:
"...
Doze dias depois retomo a escrita deste E-mail que estava em meus rascunhos.
Nas últimas duas semanas, venho apreciando dois discos que eu, sinceramente, gostaria de partilhar com você. O primeiro disco trata-se de três quartetos para cordas do compositor, pianista, libretista, e musicologista contemporâneo-minimalista britânico Michael Nyman. Como a senhora deve saber, ele compôs muitas trilhas para filmes. Entre elas, está a trilha do filme Gattaca, por direção do cineasta zelandês Andrew Niccol, que trata duma sociedade num futuro não tão longínquo onde os seres humanos são escolhidos geneticamente em laboratórios e onde pessoas concebidas biologicamente são consideradas inválidas. O filme claramente demonstra uma preocupação com a eugenia e com o desenvolvimento tecnológico no campo da genética. É um ótimo filme de ficção-científica. Segundo Matthew Shorter, pianista e crítico musical da BBC (cujo microblogue eu sigo, @lifestooshorter), "this music is supple, brilliant and flawless" — "esta música é flexível, radiosa e sem defeitos", em tradução livre —. O disco que tenho em mãos é uma interpretação do Balanescu Quartet. Ele é um grupo musical vanguardista que interpreta compositores contemporâneos como Philip Glass. Eles são altamente recomendáveis.
Num website de hospedagem em linha de ficheiros eu postei o arquivo .rar do disco cujos faixas estão em formato .mp3. Descarregue-o e boas apreciações: http://www. mediafire.com/?ozfrdda649plg7c
O segundo disco é New Age ou quaisquer outras gêneros de nomeações que preferes adotar. O compositor é Gerald Jay Markoe. As composições em primeiras impressões são exóticas para a maioria das pessoas.
Eu gosto de ficção-científica e sou cientificista. Gosto de investigar e analisar o Universo de um modo mais realista e racional possível. Também escrevo ficção-científica. E como todo amante desde gênero e da ciência, especialmente física e astronomia, sinto falta de relações entre as retratações artísticas e as atuais artes. O cinema está bem relacionado assim como a fotografia, o teatro, e a dança de um certo modo. As artes visuais como pintura, arquitetura e escultura estão bem relacionadas com a ficção-científica e até possui íntimas relações. Mas a música..., e a música erudita? Na música, vê-se poucas representações. As composições que possuem relações com este gênero geralmente não minimalistas ou doutros estilos contemporâneos. A música contemporânea não é tão popular quanto os outros estilos eruditos do barroco, clássico e romântico. A neurologia prova que a nossa consciência, centelha da condição humana, vive milésimos de segundos no passado (http://www.jornalciencia.com/ saude/mente/1774-por-que-voce- provavelmente-nao-ira-sentir- a-sua-propria-morte-traumatica ). E eu vejo isto nas artes e na música também. Os estilos artísticos de nosso século, especialmente os estilos musicais, estão presos no passado. Eles estão mortos para o tempo corrente. Como? Não se vê composições sobre planetas inspirados na ciência. Vê-se famosas as composições de G. Holst acerca dos planetas do nosso sistema solar que na verdade são inspiradas em astrologia e mitologia greco-romana.
Lá estão poucos compositores que fazem escrever sobre ciência de um sóbrio modo. Não se vê composições sobre civilizações extraterrestres, exoplanetas, física quântica e teorias vanguardistas como a da Energia Escura, Matéria Escura e as teorias de universos paralelos.
Entre tudo isto, está o Gerald Jay Markoe (http://userserve-ak.last.fm/ serve/_/26711349/Gerald+Jay+ Markoe+markoe.jpg). Compositor New Age que nasceu no Brooklyn - NY, onde também nasceu outro magno homem da humanidade, Carl Sagan. Ele descobriu a "astro music", cujos fundamentos musicais são baseados nas posições dos planetas do nosso sistema solar. Correntemente, está trabalhando num livro sobre o assunto e já publicou vários artigos e dá muitas palestras e concertos acerca da "astro music". Ele também criou sua própria companhia musical, AstroMusic, para gravar sua composições e trabalhos. Ele, sem dúvida alguma de minha parte, é conhecedor da Teoria dos Antigos Astronautas. Ele é um compositor constantemente conectado com o Cosmos, eu falo sob uma perspectiva científica e esotérica. Eu possuo apenas dois de seus vários discos, eles são: Meditation Music of Ancient Egypt e Ancient Cerimonies.
O primeiro não busca reproduzir fielmente a música do Antigo Egito, mas produzir e criar novas composições a partir do que se tem registrado da música do Antigo Egito.
Eu ainda não ouvi o segundo disco, então não posso falar sobre ele agora. Mas há outro disco que quero muito apreciar e não consegui encontrar lugar algum na internet, ou melhor, não consegui encontrar em nenhum dos sítios de países externos na internet. Titula-se o disco de "Music from the Pleiades".
O título sugere sua característica mais notável, suas composições são inspiradas em supostos estilos musicais de civilizações extraterrestres da família das sete estrelas localizadas na constelação de Touro , 400 anos-luz distante da Terra, também muito conhecida como "The Pleiades"(http://www.nasa.gov/ multimedia/imagegallery/image_ feature_801.html). Eu nunca vi nada semelhante a isto. Então, se a senhora já ouviu falar em música inspirada em estilos musicais de civilizações extraterrestres pode me dizer pois estará retirando de mim esta minha pasma expressão que estou cá já. Dei uma olhada no sítio da Livraria Cultura e o encontrei para venda, acho que finalizarei esta história fazendo uma encomenda ou pedirei para uma amiga de minha mãe que trabalha nos Estados Unidos comprar mais em conta lá e trazer a mim em um feriado qualquer.
Adiante, eu postarei o disco abaixo. Podes abaixá-lo em seu computador e apreciá-lo. Boas apreciações: http://www. mediafire.com/?nnaa07382387q9t "
..."
Conheço parte da "Teoria do Ancient Alien", deveras muito, muito interessante. Baixei uns documentários da History Channel... gosto da possibilidade aventada nos documentários. É a única explicação plausível para nossa existência aqui.
ResponderExcluirEstou baixando Mychael Nymans, gosto de New Age e gostaria de também ter os outros cds que vc mencionou mais abaixo. Existe a possibilidade de vc me enviar por e-mail?
Quanto ao dono(a) da voz que não ouve a 7 dias.... dê tempo ao tempo... se for para acontecer, acontecerá.
Sua agenda parece lotada e você continua acordado na madrugada; isso, pode não ser saudável.
Descanse... nossa mente precisa do descanso noturno.
Abraços
Também conheço parte da teoria dos antigos astronautas, por isso quero ler os livros de Däniken. Amo documentários!
ExcluirEu postei apenas um mencionado disco, Meditation Music of Ancient Egypt, de G. Jay Markoe no poste. O linque para descarregá-lo está no final do escrito acima: http://www.mediafire.com/?nnaa07382387q9t
Como não postei Ancient Cerimonies, podes solicitá-lo pelo correio do blogue: reflectereadhominus@gmail.com . De qualquer forma, penso em postá-lo nas próximas mensagens.
Dei tempo ao tempo e descansei. Os tempos quando o desânimo era marinheiro foram-se, agora até lutando estou.
Abraços!